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[Vídeo] Não tem presente melhor na vida do que ser amada pela família, afirma idosa de 96 anos

Irene de Lima Barros tem seis filhos filhos, 17 netos e sete bisnetos

Por Vilceia Melo 09/05/2021 11h11 - Atualizado em 10/05/2021 06h06
[Vídeo] Não tem presente melhor na vida do que ser amada pela família, afirma idosa de 96 anos
Idosa de 96 anos vive a vida com alegria e muita vitalidade - Foto: Arquivo pessoal

A personagem dessa matéria é Irene de Lima Barros que tem 96 anos e ama dançar, viajar e jogar baralho.  Esta é a última reportagem especial desta semana que na série Mãe - Força e Afeto homenageou todas as mães em comemoração ao Dia das Mães, comemorado hoje, dia 09 de maio. 

Vamos conhecer um pouco da história dessa vozinha que vive de forma intensa com muita vitalidade e  alegria. 

Irene de Lima Barros, nasceu em 1924 no município sertanejo de Major Izidoro. Mas desde a década de 60 veio morar na principal cidade do Agreste e daqui nunca mais saiu. Em setembro de 2021, ela completa 97 anos , e prestes a chegar na marca de um século de vida, vó Irene transborda simpatia, energia e memória invejáveis.

Com um vestido azul florido e cabelos branquinhos como a neve, Vô Irene me recebeu na porta da casa da filha dela, no bairro Cacimbas, onde atualmente está morando. Até bem pouco tempo atrás, morava na casa dela com um neto que criou desde os dois anos de idade.


Ela se orgulha dizendo que cuidava sozinha da casa e que tinha um prazer enorme em fazer a comida e lavar as roupas do “netinho” que já tem barba e fala grosso. Coisa de vó !

Mas há cerca de quatro anos levou uma queda no quintal de casa que acabou fraturando o cotovelo. Desde então, a família decidiu que não era seguro deixá-la sozinha mesmo com toda a independência física e mental que a vó Irene esbanja. Agora, mora com a filha Zilda, única mulher dos seis filhos vivos. A sertaneja de nascença teve 18 gestações mas em uma época onde não havia assistência médica nessas regiões, teve vários abortos e outros filhos morreram antes de completar um ano de vida.

“ Aqui ela não me deixa fazer nada: não lavo pratos, não varro a casa, não posso lavar minha roupa, sou muito paparicada por toda a família”, fala com gratidão Vó Irene.



Zilda conta que a mãe não tem nenhum problema de saúde mais grave, é disposta e independente. A filha diz que a mãe toma banho sozinha e ao sair do banheiro vai direto para o tanque lavar a própria roupa.

“Às vezes eu pego a roupa e coloco na máquina de lavar mas ela fica brava e eu acabo levando uma bronca”, revela a filha.

Zilda revela que a disposição da mãe, mesmo faltando apenas três anos para chegar a um século de vida, não se esgota. Ela gosta de conversar, ver gente, jogar baralho e dançar.

Ela conta antes da pandemia, a mãe participava das festividades juninas que eram promovidas pelo grupo de idosos do 1º Centro de Saúde. Foi eleita rainha do milho diversas vezes e com ela o arrasta-pé no forró é garantido.




“ Se tem uma música tocando ela não sabe ficar parada: ou dança sozinha ou chama um de nós para dançar com ela”, revelando.

Durante a entrevista, vó Irene relembra a infância na paisagem árida do Sertão alagoano onde nasceu, cresceu e casou-se. A memória afetiva mais forte é do pai que era “Mateu” no reisado da comunidade. Ainda criança ela saía com o pai para cantar e dançar o folguedo popular.

“ A gente andava pelas ruas do povoado cantando e dançando. Em frente a igreja, eu, meu pai e os 12 homens do reisado éramos a atração principal daquela época. Eu sempre gostei de dançar, desde novinha”, afirma com muita graça vó Irene.




Do pais, José Arcanjo Barros e Diolina Lima Barros, vó Irene aprendeu muitas lições que levou para toda a vida e foi perpetuando de geração a geração. Dentre elas, um conselho do pai que ela nunca esqueceu.

“ Ele dizia que em todo tempo a gente deve ter alegria e só parar de sorrir quando morrer”, relembrou.

Então deve ser por esse motivo que vó Irene está sempre com um sorriso no rosto e quando eu perguntei sobre qual momento triste e difícil da vida ela vivenciou , ela me respondeu o seguinte:

“ Tristeza tem mas pra quê se lembrar. Deixa pra lá “, falou com sabedoria.



É com esse espirito de resiliência, fé e jovialidade que vó Irene espalha amor, afeto e sorrisos para os cinco filhos, 17 netos e sete bisnetos.

“Não tem nada melhor nessa vida do que ser amada pelos filhos, netos e bisnetos”, finalizou.