Após votar a favor da retomada do auxílio emergencial, o senador Rodrigo Cunha (PSDB) declarou que a expectativa é de que o presidente Bolsonaro (sem partido) agilize a medida provisória estabelecendo novas parcelas do benefício.

“Ao meu ver, ele poderia ter antecipado a medida devido a urgência da questão, mas ele preferiu agir assim, aguardando a aprovação da PEC”, declarou o senador, que nesta quinta-feira (04) veio a Arapiraca inspecionar as obras do Hospital do Amor e concedeu entrevista exclusiva para o 7Segundos.

Cunha afirmou que a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial aconteceu de forma remota e com a aprovação no Senado, segue para a Câmara Federal, que deve aprovar, na próxima semana, o pacote que dá ao governo federal aval para utilizar R$ 40 bilhões para o pagamento do Auxílio Emergencial. De acordo com o senador, como o volume de recursos é menor que nas etapas anteriores, o governo poderá definir que aqueles que recebem Bolsa Família terão que optar por um único benefício.

O senador afirmou que, além do auxílio para as famílias que antes da pandemia “eram invisíveis” para o governo federal, ações para coibir o aumento no número de casos positivos e de mortes provocadas pela Covid-19 são urgentes. “A vacina é o mais importante neste momento porque estamos passando pela segunda onda da pandemia. Ontem, tivemos o maior número de mortes no país desde o começo e já não é mais uma coisa distante de nós. Arapiraca sente como algo muito próximo porque todos nós conhecemos alguém ou tivemos parentes que morreram com essa doença”, ressaltou.

Rodrigo Cunha então relembrou sua contribuição para o enfrentamento da pandemia em Alagoas, falou sobre duas reuniões que teve com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que rendeu o envio de dez respiradores para o Estado, e ainda o envio de recursos para todos os municípios alagoanos “sem distinguir o partido do prefeito”, para aquisição de insumos e de equipamentos de proteção individual (EPIs).

“As decisões [de enfrentamento da pandemia] não pode ser tomada em uma mesa, ou simplesmente copiando o que deu certo em outros lugares. É por isso que eu confio nos estudos que são executados pelos estudiosos da Ufal, que ajudam a analisar as situações com as particularidades. Um exemplo: um tempo atrás foi permitido o retorno dos bares e restaurantes, mas não foi permitido o retorno dos cursinhos. Então um professor teve que reservar todas as mesas em um bar para poder dar aula aos seus alunos. Isso exemplifica bem que cada caso é um caso”, ressaltou.

O senador, que há poucas semanas foi aclamado presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, afirmou também é o enfrentamento da pandemia passa também pelo investimento em pesquisas e tecnologia. “O que aconteceu com o zika vírus, que mesmo depois de controlada levou ao nascimento de crianças com microcefalia, não sabemos se pode acontecer algo parecido com a Covid-19. Não sabemos ainda se essa doença pode afetar a próxima geração, e só temos como saber e antecipar as ações necessárias com investimento nas pesquisas”, ressaltou.

Hospital do Amor

Cunha falou também sobre o andamento da construção do Hospital do Amor, que deve se tornar referência no atendimento e tratamento de pessoas com câncer. Ele afirma que uma vez por mês inspeciona as obras, que receberam emenda parlamentar. Disse que conversa com pedreiros e engenheiros e declarou que a previsão é que a obra seja concluída este ano.

"Essa parceria com o Hospital de Barretos vai trazer também uma carreta que irá percorrer municípios em um raio de 300 quilômetros para fazer busca ativa e diagnóstico de câncer. A doença, quando mais cedo é descoberta, o tratamento é mais eficaz e menos custoso para o governo", ressaltou.