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'Na semana que vem, teremos mais', diz Bolsonaro após indicar gereneral

Presidente comentou substituição no comando da estatal durante evento em Campinas (SP). Mudança gerou críticas de antigos apoiadores e reflexo no mercado

Por G1 Campinas e Região 20/02/2021 11h11 - Atualizado em 20/02/2021 14h02
'Na semana que vem, teremos mais', diz Bolsonaro após indicar gereneral
Presidente Jair Bolsonaro acompanha cerimônia de novos alunos na Escola de Cadetes do Exército, em Campinas - Foto: Reprodução/Youtube/TV Brasil

Um dia após indicar um general da reserva para substituir o atual presidente da Petrobras, Jair Bolsonaro (sem partido) disse, neste sábado (20), que precisa "trocar as peças que por ventura não estejam funcionando". E que, "na semana que vem, teremos mais".

A troca no comando da Petrobras, que depende do aval do conselho de administração da estatal, foi anunciada na sexta-feira (19) por Bolsonaro, que tem reclamado dos reajustes no preço dos combustíveis. A mudança fez as ações da empresa em Nova York despencarem. Economistas criticaram a decisão.

O presidente não disse quais são as trocas que prometeu fazer na semana que vem.

"Eu tenho que governar, trocar as peças que por ventura não estejam dando certo. E se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem, teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação", disse o presidente em Campinas (SP).

Bolsonaro participa da entrada solene dos novos alunos pelo portão da Escola Preparatória de Cadetes (EsPCEx), em Campinas . Ele desembarcou em Viracopos às de 8h20 e, às 9h09, chegou na escola. O evento começou por volta de 9h40.

Críticas à mudança na Petrobras

Silva e Luna é o primeiro militar a comandar a empresa desde 1989. Após o anúncio, os ADrs (Recibos de Depósitos; certificados de ações) da Petrobras em Nova York registram forte queda após o anúncio.

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Uma das críticas recebidas pelo presidente foi do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. "Boa tarde, Venezuela", disse o economista.

Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do Ministério da Economia, foi outro que lamentou a mudança. "Lastimável a decisão do governo de tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Roberto é um profissional extremamente qualificado que tirou a empresa literalmente do fundo do poço após o maior escândalo de corrupção do planeta. Em seu lugar será nomeado mais um militar."

Evento em Campinas

As autoridades presentes na cerimônia, incluindo Bolsonaro, estão sem máscara, assim como os novos alunos, que chegam de 26 estados.

A comitiva presidencial foi escoltada por tanques de guerra e outros veículos militares para chegada à EsPCEx. Vários apoiadores do presidente se reuniram em frente ao local e houve aglomeração.

Além de Bolsonaro, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos também estão presentes na cerimônia em Campinas.

O presidente também é acompanhado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho dele, e pela deputada estadual Valéria Bolsonaro.

Na ocasião, 419 alunos, sendo 382 homens e 37 mulheres, realizaram a primeira formatura com o uniforme camuflado. De acordo com a EsPCEx, cada aluno receberá dos padrinhos uma boina na cor azul ferrete, utilizada nas escolas de formação do Exército. O novos alunos chegam a Campinas de 26 estados diferentes.

A comitiva presidencial acessou o 28º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), às margens da Rodovia Anhanguera, de onde seguiu para a ExPCEx. Desde 8h, apoiadores do presidente já estavam em frente ao local para aguardar a chegada dele.

Por conta da pandemia, o evento foi restrito a familiares e autoridades civis e militares. Após o hino nacional e início da cerimônia, o presidente entregou a boina azul para uma nova aluna e tirou fotos com outros estudantes.

O término da formatura ocorreu por volta de 11h15. Segundo a assessoria de Viracopos, o presidente deve deixar a cidade e decolar por volta das 14h45.