Educação

Cejusc da Uneal recebe nome de alagoano desaparecido durante a ditadura militar

Presidente Tutmés Airan destacou que a iniciativa é uma forma de combater à intolerância ideológica, que levou ao desaparecimento de Jayme de Miranda

Por Dicom TJAL 07/12/2020 19h07
Cejusc da Uneal recebe nome de alagoano desaparecido durante a ditadura militar
Jayme Miranda foi homenageado - Foto: Dicom TJAL

O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Campus VI da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) recebeu, nesta segunda-feira (7), o nome do alagoano Jayme de Miranda, desaparecido no Rio de Janeiro, em 1975, durante a Ditadura Militar.

Para o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, a iniciativa também é uma forma de combater a intolerância em alta nos dias atuais e de lembrar de todos que tombaram na defesa da democracia.

''Homenagear o Jayme é homenagear uma forma de governo e sociedade que faz com que as pessoas convivam umas com as outras de forma tolerante, respeitando as diferenças. Então é dizer que nós desejamos profundamente que a intolerância ideológica, que fez desaparecer pessoas pelo simples fato de pensarem diferente, não volte mais'', disse.

Olga Miranda e Yuri Miranda, filhos do desaparecido político, não esconderam a emoção com a homenagem e destacaram o exemplo de luta por justiça social e pelos direitos humanos que o pai deu à Alagoas.

''Essa iniciativa é tão importante para nossa família e para a história de Alagoas, faz um resgate, recupera uma pessoa que se doou para o estado, para o progresso, para a igualdade, liberdade e foi tão perseguido na época em que aqui viveu. Infelizmente é um dos desaparecidos do Brasil e nos sentimos muito emocionados diante dessa homenagem tão nobre e humanitária do Poder Judiciário'', afirmou Olga Miranda.

As atividades no centro judiciário devem começar no retorno das aulas presenciais, previstas para fevereiro de 2021. O Cejusc da Uneal atuará em conflitos com grandes litigantes, como Equatorial, empresas de telefonia e bancos, por exemplo. As mediações serão acompanhadas pelos estudantes de Direito, a partir do 7º período, assistidos por mediadores e conciliadores formados.