Política

Após serem proibidos de citar rachadinha de Flávio Bolsonaro, apresentadores do JN são intimados a depor

Caso os jornalistas deixem de comparecer sem justificativa, incorrerão em

Por 7 Segundos com Uol 04/12/2020 18h06 - Atualizado em 04/12/2020 18h06
Após serem proibidos de citar rachadinha de Flávio Bolsonaro, apresentadores do JN são intimados a depor
Caso os jornalistas deixem de comparecer sem justificativa, incorrerão em "crime de desobediência - Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio intimou os apresentadores do Jornal Nacional, da TV Globo, William Bonner e Renata Vasconcellos, a depor por crime de desobediência a uma decisão judicial relacionada a publicações que envolvem a investigação das "rachadinhas" no então gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

A emissora foi proibida judicialmente de publicar informações sigilosas sobre o caso que envolve o filho do presidente Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.

De acordo com o Uol, os depoimentos de Bonner e Renata foram pedidos no contexto de investigação policial sobre suposta "desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito".

Os mandados de intimação, feitos pelo delegado Pablo Dacosta Sartori e obtidos pelo UOL, foram emitidos na tarde desta quarta-feira (2/11).

De acordo com os documentos, ambos são intimados a comparecer à sede da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), no bairro de Benfica, na zona norte do Rio, na próxima quarta (9/12). Renata às 14h, e Bonner às 14h30.

Ainda segundo os mandados de intimação, caso os jornalistas deixem de comparecer sem justificativa no local, data e horário estipulados incorrerão em "crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal".

A Globo ficou impedida em setembro de publicar reportagens que mostrassem documentos sigilosos sobre Flávio por decisão de Cristina Feijó, juíza da 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que atendeu a pedido feito pelo senador por meio de seus advogados, Rodrigo Roca e Luciana Pires.

Na ocasião, a Globo afirmou que a decisão judicial é um cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade.

Procurada nesta sexta-feira (4/11), a TV Globo informou que não se manifesta sobre procedimentos legais em curso.