Política

Na ONU, Bolsonaro diz que Brasil é vítima de desinformação ambiental

Pela primeira vez na história, evento das Nações Unidas ocorre de forma virtual

Por GZH 22/09/2020 11h11 - Atualizado em 22/09/2020 12h12
Na ONU, Bolsonaro diz que Brasil é vítima de desinformação ambiental
Na ONU, Bolsonaro diz que Brasil é vítima "de uma das mais brutais campanhas de desinformação" sobre a Amazônia e o Pantanal - Foto: Reprodução tv

O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta terça-feira (22), o discurso de abertura da 75ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 1949 cabe ao representante brasileiro fazer a fala inaugural do evento — realizado pela primeira vez de forma virtual devido à pandemia de coronavírus.

No discurso, Bolsonaro afirmou que o Brasil é "vítima da desinformação" sobre o Pantanal e a Amazônia, destacando que o país "contribuiu para que o mundo continuasse alimentado" e que o agronegócio brasileiro respeita a "melhor legislação ambiental do planeta".

Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil — salientou.

Segundo o presidente, a floresta é úmida, fato que não permite a propagação do fogo, e os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, "onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas".

— Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes — complementou.

Covid-19


Logo no início do discurso, Bolsonaro falou sobre a covid-19, afirmando que o tema "ganhou o centro das atenções ao longo desse ano". O presidente lamentou as mortes, mas manteve o discurso de defesa da economia em meio à pandemia:

— Desde o princípio alertei em meu país que tínhamos dois problema que deveríamos resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade.

O presidente também aproveitou a fala para criticar as medidas de isolamento, atacando os Estados e parte da imprensa:

— Como aconteceu em boa parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema "fica em casa e a economia a gente vê depois", quase trouxeram o caos social ao país.

Auxílio emergencial


Ao elencar medidas do governo brasileiro contra a pandemia, Bolsonaro citou a destinação de verbas para a área da saúde, assistência a famílias indígenas, investimento na potencial vacina de Oxford e o auxílio emergencial:

— Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior. Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente US$ 1.000 para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo.