Brasil

Alagoas está entre os 12 estados onde a PF realiza operação contra tráfico internacional

Mais de 100 mandados judiciais estão sendo cumpridos nesta terça-feira (18)

Por 7Segundos, com CNN 18/08/2020 07h07 - Atualizado em 18/08/2020 08h08
Alagoas está entre os 12 estados onde a PF realiza operação contra tráfico internacional
Alagoas está entre os 12 estados onde a PF realiza operação o contra tráfico internacional - Foto: Reprodução / CNN

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (18) 50 mandados de prisão (20 preventivas e 30 temporárias) e 139 de busca e apreensão em 12 estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal.

A Operação Além-Mar, que conta com cerca de 630 agentes e equipes do Comando de Operações Táticas da PF, investiga um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Os investigadores acreditam que a droga saía do Paraguai, entrava no Brasil e, através de portos brasileiros, era enviada a países europeus, como Holanda e Bélgica. Os entorpecentes seriam transportados pelo território brasileiro em helicópteros.

Em São Paulo, são cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão. A investigação é realizada pela PF de Pernambuco, mas é no território paulista que se encontra a maioria dos alvos. Equipes do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná dão apoio à ação.

Segundo informações da PF de Pernambuco, entre os bens que tiveram o sequestro determinado pela Justiça Federal estão 7 aviões, 5 helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados. Além disso, também foi determinado o bloqueio judicial de R$ 100 milhões.

Esquema contava com atuação de 4 grupos


De acordo com a PF de PE, a ação contava com a atuação de quatro grupos autônomos que viabilizavam o tráfico. O primeiro, na capital paulista, operava a entrada da cocaína pela fronteira com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de SP e distribuindo-a no atacado para outras quadrilhas no Brasil e na Europa.

O segundo grupo, em Campinas (SP), recebia a droga e distribuía e exportava o produto para Cabo Verde e Europa.

O terceiro, em Recife (PE), formado por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão, atuava na logística do transporte rodoviário e armazenamento da droga até ela ser escondida nos contêineres.

O quarto grupo, no Brás (bairro na região central de SP), agia como banco paralelo, disponibilizando contas bancárias (de empresas fantasmas, de fachada ou em nome de "laranjas") para movimentar os valores obtidos ilegalmente.

Drogas apreendidas durante Operação da PF

Drogas apreendidas durante operação da PF / Foto: Reprodução - 18.ago.2020 / CNN

O esquema está sendo investigado desde 2018, a partir de informações divulgadas pela Coordenação Geral de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas (CGPRE) da Polícia Federal pela National Crime Agency (NCA).

A PF disse que, durante a fase sigilosa das investigações, 12 pessoas foram presas por ligação com o caso e mais de 11 toneladas de cocaína foram apreendidas no Brasil e na Europa. Dentre os presos, estava um traficante que permaneceu foragido da Justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela PF e pela NCA.

Mais de 700 kg apreendidos no Porto de Natal


No sábado (15), foram apreendidos mais de 700 kg de cocaína no Porto de Natal, no Rio Grande do Norte. Ela estava em um contêiner carregado de mangas que iria para a Europa, mas teve a viagem interrompida pelos agentes federais. Desde 2019, a PF apreendeu no local mais de 5 toneladas de cocaína.

A corporação informou que o Porto de Natal se tornou um ponto muito visado pelo tráfico internacional de drogas. De outubro de 2018 até o último fim de semana, mais de 10 toneladas de drogas foram apreendidas em um porto da Holanda. Os entorpecentes estavam em contêineres que partiram do Porto de Natal.

A pena por tráfico internacional de drogas pode variar de 7 a 25 anos de reclusão.

(Com informações de Bia Gurgel, da CNN, em Brasília, Diego Barros, da CNN, em Recife, e Carolina Abelin, da CNN, em São Paulo).