Cidades

Funcionário da Câmara e assessores parlamentares de Canapi são denunciados por receber auxílio emergencial

Ao menos sete pessoas ligadas ao Legislativo do município sertanejo receberam o benefício de forma indevida

Por 7Segundos 16/07/2020 17h05
Funcionário da Câmara e assessores parlamentares de Canapi são denunciados por receber auxílio emergencial
Canapi visto de cima - Foto: Iprevcanap

Sete pessoas que recebem salários da Câmara de Vereadores de Canapi foram denunciadas por receber auxílio emergencial, benefício do governo federal voltado para pessoas que não possui nenhum tipo de renda ou vínculo empregatício durante a pandemia. Essa não é a situação do secretário da Mesa Diretora Rogis de Lima de Andrade e dos assessores parlamentares Polianoo Julio Maciel de Oliveira, Maria José Elenita da Conceição, Elialdo José da Silva, Silvânio Silva Ramalho, Aline Malta de Oliveira e Marcelino Nascimento da Rocha.

Todos eles estão na folha de pagamento do Legislativo do município sertanejo, com salários entre R$ 1.045 a R$ 1.500, mas mesmo assim receberam pelo menos uma parcela de R$ 600 do auxílio emergencial. O 7Segundos teve acesso as informações do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), com o cadastro de beneficiários do auxílio emergencial, e à Transparência da Câmara de Canapi, com a folha de pagamento dos servidores. 

- Rogis de Lima de Andrade é secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Canapi. Ele recebe salário de R$ 1.500 e recebeu a primeira parcela do auxílio emergencial no mês de abril;

- Polianno Júlio Maciel de Oliveira está na folha de pagamento da Câmara como assessor parlamentar com salário mensal de R$ 1.045, mas no mês de maio recebeu R$600 do benefício federal criado para ajudar desempregados em sem renda durante a pandemia.

 

- Maria José Elenita da Conceição, conforme os dados da CGU que podem ser conferidos na imagem abaixo, já estava no CadÚnico, apesar de não ser atualmente beneficiária do Bolsa Família. Ela recebeu uma parcela do Auxílio Emergencial em abril, apesar de trabalhar como assessora parlamentar e receber salário de R$ 1.200.

 

- Elialdo José da Silva aparece como beneficiário do Bolsa Família, o que já levanta suspeita de irregularidade, porque ele recebe R$ 1.045 de salário como assessor parlamentar do Legislativo de Canapi. Ainda assim, em abril, ele recebeu R$ 600 de Auxílio Emergencial.

- Silvanio Silva Ramalho também cadastrado no Bolsa Família e, para receber o auxílio emergencial, ele cadastrou Silvia Camilo da Silva como sua dependente. Ele recebeu a primeira parcela do benefício emergencial em abril, apesar de receber também salário de R$ 1.045 na Câmara.

 

- Aline Malta de Oliveira trabalha como assessora parlamentar no Legislativo de Canapi e recebe salário de R$ 1.045. Os dados delas já constavam no CadÚnico quando ela se cadastrou para receber os R$ 600 auxílio emergencial no mês de abril, mas de acordo com os dados, ela não aparece como atual beneficiária do Bolsa Família.

- Marcelino Nascimento da Rocha também recebeu a primeira parcela do Auxílio Emergencial no mês de abril, ao mesmo tempo em que recebe salário de R$ 1.045 como assessor parlamentar.

 

Segundo informações do Ministério Público de Contas, um total de 22.792 servidores públicos de Alagoas receberam auxílio emergencial de forma indevida. A fraude foi descoberta com o cruzamento das folhas de pagamentos de 69 municípios alagoanos, governo estadual e Tribunal de Contas do Estado. Em um mês, o valor recebido indevidamente por esses servidores supera R$ 13 milhões de reais. Se todos eles receberam as três parcelas, o prejuízo aos cofres público pode superar R$ 41 milhões. Essa lista ainda pode ser atualizada e identificar um número ainda maior pessoas recebendo o benefício federal de maneira indevida.

Caso seja comprovado que houve fraude, que omitiu ou mentiu nas informações prestadas no cadastro, a pessoa pode ser condenada por estelionato contra os cofres públicos, com pena de até seis anos de prisão.