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Mães na pandemia: elas tiveram bebês durante o isolamento social. Conheça as histórias

O 7 Segundos entrevistou três mães cujo os filhos nasceram na pandemia

Por Taísa Bibi 09/05/2020 12h12
Mães na pandemia: elas tiveram bebês durante o isolamento social. Conheça as histórias
Erlane grávida de Mariana - Foto: Reprodução Instagram

A pandemia do novo Coronavírus tem mudado a rotina de muitas pessoas. Todos devem se adaptar a nova fase, e para algumas mães que tiveram os filhos durante o período de isolamento social, o momento está sendo mais difícil. Sem poder ter a visita e ajuda de parentes próximos, elas estão se virando como podem com seus bebês. O 7 Segundos entrevistou três mães arapiraquenses que estão passando pelas dificuldades do isolamento social, com seus bebês recém-nascidos.

Imagina conhecer a filha só quando ela saiu da maternidade? Foi o caso do pai da Ayla, Iran Ferreira. A pequena nasceu na segunda-feira (4) e só saiu da maternidade na quarta-feira (6) que foi quando o pai a conheceu. A mãe Natália Brito, contou que estão isolados, ela, o esposo, o filho Philippe de 6 anos e mãe que é do grupo de risco. 

Natália conta que antes do nascimento já estava complicado fazer os preparativos para achegada de Ayla. “É um momento difícil, não só pela doença, mais até pra fazer os exames finais, comprar o enxoval, mas infelizmente, não tem outra opção, a não ser respeitar isso, até pelo simples fato de prezar pelo bem maior da nossa saúde”.

Já Erlane Cristina, de 34 anos, resolveu ficar na casa dos pais, pois o pai é do grupo de risco, e ele não poderia visitar a neta no período de isolamento. Mariana nasceu no dia 25 de março, é a segunda filha dela, e ela explica que só quem está na casa viu a bebê. “Até agora depois de um mês do nascimento apenas as pessoas que convivem na casa viram o bebê: meu marido, meus pais, meu filho, minha irmã e sobrinha”.

“O isolamento tem sido difícil, pois até a coisas mais básicas, como saídas para as primeiras consultas e exames do bebê têm que ser bem planejadas e calculadas, para ter mais ajuda tive que me mudar temporariamente para a casa dos meus pais, já que eles não poderiam ir nos visitar", explica.

Erlane disse que a maternidade é um momento sensível, e que está mais delicado por conta da pandemia. “Mesmo não sendo mãe de primeira viagem, a maternidade vem acompanhada das mesmas dificuldades e desafios de sempre. É  um momento de muita sensibilidade da mulher, imagina quando tudo isso é somado a muito  medo, medo de algo desconhecido e invisível, e que não se tem controle. A única coisa que pensava era em como poderia proteger esse ser indefeso e delicado, e também a mim. A saída que encontrei para não surtar em meio a tantas notícias ruins foi aproveitar o momento, já que estava isolada decidi me dedicar  completamente e pensar positivamente. A ajuda da família foi de extrema importância”.


Para a mãe de primeira viagem Marianna Ferreira o momento é de muito medo. Mateus Felipe nasceu no dia 1 de abril. Ela explica que nos primeiros 30 dias, seus pais mudaram para a casa dela para ajudar, mas que agora ela está sozinha com o bebê e seu esposo, e sem visitas.

“Meu esposo está trabalhando, e o isolamento está sendo complicado, ele voltou a trabalhar, e está sendo bem tenso, quando o meu marido chega segue todos os protocolos, de deixar o calçado fora, colocar a roupa pra lavar e tomar banho”, explica.

Ela disse que a família está ansiosa para conhecer o pequeno, e que está sendo difícil. “Estão todos muitos curiosos em segurar o bebê, pra mim está muito complicado e difícil porque não posso sair e nem ter contato com ninguém. Tem a questão de ser o primeiro, de ter muitas dúvidas, só poder conversa pelo whatsapp, e fico meio perdida, de fazer alguma coisa errada ao cuidar dele, e estou com muito medo, até para sair para consultas. Estou tentando levar com a cabeça firma para não entrar em desespero”, desabafa.

“É uma mistura de um amor infinito, com um medo grande de tudo que está acontecendo. O medo de mesmo sem querer expôr ele algum risco. E o medo aumenta ainda mais em vê tanta gente achando que tudo isso é besteira”, finaliza.