Economia

Apesar de quarentena, comércio de Arapiraca vive uma segunda de movimento intenso

Mercado público lotado de pessoas e no Centro, apesar das lojas fechadas, trânsito intenso e quantidade de pedestres denuncia que comércio continua funcionando

Por 7Segundos 06/04/2020 15h03
Apesar de quarentena, comércio de Arapiraca vive uma segunda de movimento intenso
Muitas pessoas, incluindo idosos, não cumprem regras de isolamento social e foram ao mercado - Foto: Ewerton Silva/ 7Segundos

Apesar da prorrogação do decreto de emergência, que impõe sérias restrições ao comércio, Arapiraca tem mais uma segunda-feira de movimento intenso. Mesmo com a proibição da feira livre, que trazia para a cidade muitos moradores de municípios vizinhos, no Mercado Público, que funcionou até o início da tarde, os comerciantes que têm permissão para trabalhar não têm muito do que reclamar.

“Quem trabalha com outros produtos que não sejam alimentos não pode abrir as portas, mas para a gente, que vende grãos, apesar de o movimento ter caído um pouco, continuamos vendendo, graças a Deus. As pessoas precisam comer e a gente precisa ganhar nosso dinheiro”, afirmou um comerciante para o 7Segundos, que pediu para não ter o nome divulgado.

Em Arapiraca, apesar das queixas de vários empresários em relação ao funcionamento do comércio, a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/Arapiraca), Vera Lúcia, defendeu o cumprimento das medidas de restrição ao comércio. Em entrevista para o radialista Nasário Silva, na manhã desta segunda (06), ela declarou o período de quarentena é especialmente difícil para o comércio de Arapiraca, setor que é o maior empregador do município.

“Tem muita gente passando dificuldade, assim como eu estou passando, mas este é uma situação nova para todos nós. Um dia tem uma notícia, no dia seguinte, é outra notícia que desfaz a primeira, ninguém sabe ao certo a dimensão do que estamos passando. Por isso, no momento temos que cumprir o decreto e esperamos que no dia 20 esse momento de pico tenha passado e que, mesmo de maneira mais lenta, a gente possa voltar a abrir as portas”, declarou.

A empresária afirmou que, por enquanto, prefere acreditar que, após o dia 20 de abril, o Estado não irá mais prorrogar o decreto de emergência. “Vamos acreditar que tudo vai passar, que essas pessoas que passaram esse período sem comprar vão voltar a consumir, vão comprar presentes para a mãe, para o namorado ou namorada, para o São João, que talvez não tenha as mesmas festas grandiosas. Vamos acreditar que conseguiremos passar por esse momento tão difícil. O comércio é o maior gerador de empregos de Arapiraca, que recebe pessoas de várias cidades. Vamos acreditar que esse momento vai ser superado e nós vamos voltar a vender”, disse.

Mas é só passar pelas ruas onde há maior número de estabelecimentos comerciais que é possível ver que o movimento continua intenso. As lojas parecem estar fechadas, com as portas semi-cerradas, mas o trânsito intenso e a falta de espaço para o estacionamento de veículos, além do grande número de pedestres circulando - alguns carregando sacolas com mercadorias - denunciam que alguns estabelecimentos continuam em funcionamento normal.

Na semana passada, o Batalhão da Polícia Militar informou que, por dia, recebe uma média de 20 denúncias de estabelecimentos que não tem permissão para funcionar durante o decreto de emergência com as portas abertas. Os policiais militares que atendem essas ocorrências vão até o local e conversam com os proprietários, solicitando a suspensão da atividade. Em caso de reincidência, o empresário é encaminhado para a Central de Polícia, onde é lavrado um termo circunstanciado de ocorrência (TCO). Mas nem mesmo essas ações coíbem o funcionamento de parte das lojas. 

As aglomerações de pessoas chamam atenção também no mercado público e na frente dos bancos, que têm autorização para funcionar durante a quarentena. Na manhã desta segunda, o 7Segundos registrou que havia filas em todas as agências do Centro. Nem todas adotaram o sistema como a da Caixa na avenida Rio Branco, que marcou os lugares na fila na calçada, para evitar que os clientes - grande parte deles idosos - fiquem muito próximos um dos outros enquanto aguardam atendimento. Na manhã desta segunda-feira, no entanto, não havia marcações de lugares na calçada suficientes para o volume de pessoas que esperavam para entrar no banco, e a fila chegou até a rua Estudante José de Oliveira Leite.