Saúde

GDF aciona Justiça para deixar marido de mulher com coronavírus em quarentena

Governo quer manter o homem, de 45 anos, em regime de isolamento domiciliar. Esposa foi o primeiro caso confirmado da doença no DF

Por Metropoles 10/03/2020 09h09
GDF aciona Justiça para deixar marido de mulher com coronavírus em quarentena
Coronavírus no Brasil - Foto: Reprodução

O Governo do Distrito Federal (GDF) acionou a Justiça para que o marido da mulher de 52 anos internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com coronavírus fique em quarentena. O GDF quer obrigar André Luis Souza Costa da Silva, 45, a ser mantido em isolamento domiciliar.

Enfermeiros e médicos ouvidos pela reportagem confirmaram a situação e se mostraram incomodados. Eles temem que haja contaminação no hospital, uma vez que André Luis tem andado nas dependências do Hran, inclusive pela unidade de terapia intensiva (UTI), onde a mulher está internada.

De acordo com os profissionais do Hran, o argumento do homem ao entrar e sair da unidade de saúde é que a mulher tem uma doença grave e precisa da ajuda dele. Além disso, alega usar máscara, o que, para ele, seria medida suficiente para evitar a propagação do vírus.

André Luis se submeteu a exame para confirmar ou descartar eventual contaminação por coronavírus. Contudo, até a última atualização deste texto, não havia informações sobre o resultado do procedimento.

Servidores do Hran afirmam ter alertado o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. Procurado pelo Metrópoles, o titular da pasta não havia retornado o contato até a última atualização deste texto.

Devido à repercussão do caso, a Secretaria de Saúde preparou uma portaria para barrar a entrada de visitantes na UTI. O texto, ao qual o Metrópoles teve acesso, diz que ficam vetadas “visitas aos pacientes diagnosticados com Covid-19 nas unidades de internação e de terapia Intensiva do Distrito Federal, até que haja liberação pelo Centro de Operações de Emergência (COE)” da pasta.

No pedido do GDF à Justiça, o governo fala em autorização para “acesso forçado dos profissionais de saúde e agentes responsáveis pelo cumprimento da ordem na residência do requerido” para que seja colhido “compulsoriamente” material clínico para análise. Além disso, requer que o marido da paciente fique em casa até o resultado do exame, sob pena de multa de R$ 20 mil “por ato de descumprimento”.