Polícia

Corregedoria da Polícia Civil do Rio quer investigar morte de miliciano na BA

Polícia quer saber se houve queima de arquivo ou troca de tiros entre vítima e policiais

Por Correio 24h 10/02/2020 10h10
Corregedoria da Polícia Civil do Rio quer investigar morte de miliciano na BA
Corregedoria da Polícia Civil do Rio quer investigar morte de miliciano na BA - Foto: Reprodução

A morte do ex-policial Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, na cidade de Esplanada, no interior da Bahia, repercutiu por todo o Brasil. O advogado dele, Paulo Emílio Catta Preta, afirmou que o próprio Adriano tinha medo de ser vítima de uma "queima de arquivo". 

Agora, a Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar se ele foi executado ou se houve realmente uma troca de tiros entre ele e os policiais militares, conforme a versão divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). A informação foi divulgada pelo colunista Guilherme Amado, da revista Época.

Neste domingo (9), o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que  "em razão do local do fato, as circunstâncias da morte do foragido da Justiça serão apuradas pelas estruturas locais com atribuição, conforme determina a lei". 

Quem era Adriano?
Apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo que atua na zona oeste do Rio, Adriano é citado nas duas investigações de maior repercussão do MInistério Público fluminense: a da morte da vereadora Marielle Franco e a que apura o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.

Foragido desde a Operação Os Intocáveis, que em janeiro do ano passado prendeu a cúpula do Escritório do Crime, Adriano estava na Bahia e chegou a escapar da polícia no dia 31 de janeiro deste ano, quando os agentes foram à casa em que ele estava escondido até então. 

O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha “certeza” de que queriam matá-lo para “queimar arquivo”. A viúva do miliciano também fez o mesmo relato. 

Adriano estava, quando foi morto, na zona rural de Esplanada, município baiano. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Bahia, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública encontraram o foragido.

Segundo os policiais baianos, ele estava com uma pistola austríaca calibre 9mm — o que a defesa nega. Ele teria, de acordo com a versão oficial da morte, trocado tiros com os agentes.