Política

Na Paraíba, Bolsonaro diz: “Lula é condenado”

Presidente destacou que superou o PT nos dois turnos da eleição presidencial em Campina Grande (PB) e preferiu se esquivar de questões políticas locais

Por OP9 11/11/2019 14h02
Na Paraíba, Bolsonaro diz: “Lula é condenado”
Bolsonaro em Campina Grande - Foto: Reprodução/Tv Brasil

“É uma satisfação voltar aqui. Ganhei nos dois turnos e esse povo mora no meu coração”. Foi com esta declaração que o presidente Jair Bolsonaro desembarcou às 9h15, em Campina Grande, para participar de uma cerimônia de entrega de casas populares. Como tudo na cidade do Agreste paraibano é grandioso, trata-se de um dos maiores conjuntos habitacionais do país, com 3.012 casas e 1.088 apartamentos, um investimento de R$ 300 milhões.

A solenidade, que já estava agendada a pedido do prefeito Romero Rodrigues (PSD), transformou-se em um palanque no Nordeste à altura para o presidente marcar a sua presença na região, principalmente após a libertação de Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira.

Das 223 cidades paraibanas, Campina Grande foi a única que deu vitória para Bolsonaro em relação a Fernando Haddad (PT). No primeiro turno, o candidato do PSL obteve 50,61% dos votos válidos, passando para 56,3% no segundo turno. João Pessoa e Cabedelo também deram maioria a Bolsonaro, mas apenas na etapa final.

Cercado por repórteres, antes de fazer a entrega simbólica de chaves para famílias escolhidas, Bolsonaro preferiu não entrar em questões de políticas locais e não respondeu sobre o que achava da decisão do STF em libertar quem estava preso por julgamento em segunda instância. “Eu não vou polemizar, esse cara para mim é um condenado”, disse a respeito de Lula.

Perguntado sobre o que achava da ausência do deputado Julian Lemos (PSL) da cerimônia em cerimônia, Bolsonaro evitou polemizar: “Política local é com políticos locais”. Julian criticou os filhos do presidente como responsáveis por “boa parte das crises geradas no governo”.

Também não quis se pronunciar sobre a mobilização de deputados federais e senadores para a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que volte a garantir a prisão de condenados em segunda instância, atingindo os implicados na Operação Lava Jato e o ex-presidente Lula. “O Parlamento vota com independência, eu não vou votar”.

Bolsonaro abraçou o prefeito Romero Rodrigues (PSD) antes de subir no palanque onde um fundo azul destacava a entrega das 4,1 mil unidades do habitacional Aluízio Campos. As famílias beneficiadas no projeto com recursos federais e contrapartida da Prefeitura de Campina Grande, estavam todas trajadas de amarelo, incluindo bonés. “Não tenho tempo nem vou perder tempo para discutir política do passado. É daqui para frente”, disse Bolsonaro.

Campina Grande está se tornando uma aliada de peso para Bolsonaro em uma Paraíba que é oposição ao governo federal. A cidade já havia recebido a visita da primeira-dama Michelle Bolsonaro no dia 2 abril, o que inspirou o lançamento de um programa federal de apoio a crianças com microcefalia. A Rainha da Borborema foi uma das poucas a se “alistar” no programa de criação de escolas cívicos-militares, com duas unidades na periferia.