Polícia

[Vídeo] “A gente não está aqui à toa”, afirma delegado sobre operação em Arapiraca

Mário Jorge e militares que comandaram ação policial iniciada na madrugada justificam poucas informações sobre operação

Por 7Segundos 08/11/2019 10h10
[Vídeo] “A gente não está aqui à toa”, afirma delegado sobre operação em Arapiraca
Cúpula da segurança concede coletiva de imprensa em Arapiraca - Foto: João Henrique/7Segundos

Os mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã desta sexta (08) durante operação deflagrada em Arapiraca resultaram, até o momento, em três prisões em flagrantes, e até o final do dia mais prisões e apreensões poderão ser efetuadas pelas equipes formadas por policiais civis e militares que permanecem nas ruas. Essas foram as informações repassadas para a imprensa durante a coletiva ocorrida agora há pouco no 3o, Batalhão.

A reportagem apurou que um dos três detidos é Maxwell João da Silva, 21, autuado em flagrante com quatro bombinhas de maconha no conjunto Brisa do Lago. Os nomes dos outros dois continua sem divulgação.

A operação integrada contou com a participação de vários órgãos da Polícia Civil: Denarc, Tigre, Asfixia, Oplit, Gerência de Polícia Judiciária na Área 3 e delegacia regional, além de militares do 3o, BPM, do Comando de Policiamento de Área no Interior e Grupamento Aéreo. Na coletiva, presidida pelo tenente-coronel Palmeira, pelo coronel Bittencourt e pelo delegado Mário Jorge, eles justificaram que não poderiam passar mais informações sobre a operação porque isso poderia interferir no cumprimento dos novos mandados.

“Nós temos aqui a cúpula da segurança pública em Arapiraca, que está trabalhando desde a madrugada. Algumas coisas a gente não pode passar para os senhores porque vai atrapalhar o trabalho que ainda está sendo feito, mas a gente não está aqui à toa”, afirmou Mário Jorge.

O delegado não revelou quem são os alvos da operação, mas afirmou que “os vagabundos não irão ficar na zona de conforto” e demonstrou que a polícia está de olho nos suspeitos que usam as redes sociais para ostentar bens materiais que conseguiram com a criminalidade.

“Quem sai da cadeia tem procurar trabalho, mesmo que seja para quebrar pedra, carregar cimento ou vender amendoim na esquina, porque qualquer trabalho é digno. Agora o vagabundo que quer ostentar, correntona no pescoço, roupinha de marca, relógio querendo ser do bom, e para ter isso tudo ele vai vender droga, roubar, furtar; sabe qual é o caminho dele? Hoje conversei com uma mãe de um dos três que está preso na delegacia e disse pra ela que hoje ela está chorando porque o filho está preso, mas amanhã vai chegar alguém para cobrar. Parecem que essas pessoas são cegas, sabem que acabarão serão presas ou assassinadas, mas continuam nesse caminho”, declarou.

O coronel Bittencourt, que está no Comando do Policiamento no Interior (CPI), afirmou que a operação de hoje conta com o apoio do serviço de inteligência e afirmou que as polícias têm as condições necessárias para dar continuidade às ações necessárias para a redução da criminalidade. “Não podemos dar espaço para a marginalidade. Mesmo na madrugada, quando as pessoas ligam para a gente, helicóptero e viaturas vão para as ruas e isso vai continuar assim. É nosso compromisso com a sociedade e com a profissão que abraçamos. Todas as vezes que ocorrem essas operações, os resultados são positivos para melhoria na segurança pública”, frisou.

A cooperação da sociedade com a polícia também foi ressaltada pelo tenente-coronel Palmeira, que afirmou que o 3o, Batalhão não tem condições de manter policiamento ostensivo na zona urbana e nos 50 povoados de Arapiraca, e que, por conta disso, é importante que a PM seja acionada assim que ocorrer um crime. 

“Tão logo aconteça o fato, ele deve ser imediatamente comunicado através do número 190 e que as pessoas se dirijam também para a delegacia para fazer boletim de ocorrência. Ontem (07), aconteceu roubo de celular de um colega de vocês da imprensa e o Batalhão não foi informado. Nós só viemos tomar ciência às 23h, apesar de o roubo ter ocorrido às 19h. Se tivéssemos tido ciência na hora que aconteceu, poderíamos ter dado uma resposta mais rápida”, explicou.

O comandante relatou também a apreensão de dois adolescentes que estavam usando simulacros de arma de fogo para cometer assaltos em Arapiraca. O militar afirma que a lei é muito branda com os menores infratores e que os adolescentes foram liberados menos de uma hora depois de terem sido detidos. “De toda forma, a nossa orientação para as pessoas é que, seja um adolescente ou um adulto que esteja cometendo um assalto, é de não reagir, porque muitas vezes é difícil diferenciar uma arma de verdade de um simulacro. Além disso, um infeliz desse não tem nada a perder, quem tem é a vítima”, justificou.