Polícia

Funcionária do MEC teria sido morta por "assassino em série" em Brasília

Acusado preso preventivamente pode ter cometidos crimes desde 2004

Por G1 27/08/2019 13h01
Funcionária do MEC teria sido morta por 'assassino em série' em Brasília
Acusado levou polícia até o local onde o corpo da vítima estava - Foto: g1

O homem preso preventivamente por matar a funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos, é tratado pela polícia como "maníaco em série".

Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, foi detido nesta segunda-feira (26). Ele é investigado pela suspeita de ter cometido os seguintes crimes, sempre dentro da caminhonete prata que utilizava:.Feminicídio de Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos. Ela desapareceu em 23 de agosto e o corpo foi encontrado três dias depois.Feminicídio de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos. Ela desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois. Abuso sexual contra duas irmãs, de 18 e 21 anos. Elas usaram uma panela de ferro para conseguir fugir do carro. Abuso sexual contra uma jovem de 23 anos. Ela pulou do carro em movimento para evitar ser estuprada.

O delegado Veluziano Castro, um dos responsáveis pela investigação, disse ao G1 que o suspeito confessou os assassinatos, mas negou a violência sexual contra Letícia. "É comportamento de maníaco em série, perfil desviado, embora saiba perfeitamente de tudo que faz.", afirmou.

Ainda segundo a polícia, Marinésio permaneceu em silêncio quando confrontado com algumas provas do crime, como as imagens em que o carro dele aparece gravado por câmeras de segurança.

Outras vítimas

Além do homicídio das duas vítimas já identificadas – Letícia e Genir –, a polícia passou a investigar uma possível relação entre o suspeito e crimes cometidos há, pelo menos, cinco anos.

"A inteligência da polícia reabriu inquéritos de 2014 e 2015 que estavam para ser arquivados por falta de indícios de suspeitos", afirmou Castro.

Ainda de acordo com o delegado, o modo de operação usado pelo agressor, a semelhança entre os carros usados nos crimes, a causa das mortes das vítimas – por asfixia – e o local onde foram encontradas (Planaltina e Paranoá) apontam a possível participação dele nos crimes.

Apesar da suspeita, ainda é necessário aguardar a nova análise de laudos periciais sobre as mortes dessas mulheres. O nome das vítimas não foi divulgado.

Depois de a imagem do suspeito ter sido divulgada, mais três jovens, de 18, 21 e 23 anos, relataram em depoimento à Polícia Civil que também foram vítimas de Marinésio.

Carro onde funcionária do MEC teria entrado, na sexta-feira (23), antes de desaparecer, segundo Polícia Civil do DF — Foto: Polícia Civil do DF / Divulgação

Os crimes

Mesmo negando a violência sexual contra a advogada Letícia Sousa, morta neste fim de semana, Marinésio afirmou à polícia ter asfixiado a vítima.

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Segundo as investigações, o crime teria ocorrido fora do carro, "já que não foram encontradas marcas de sangue dentro do veículo", afirmou o delegado ao G1. "A vítima tinha marcas aparentes no pescoço, mas só o laudo pode confirmar".

"Ele [suspeito] confirma que esganou e matou a vítima sufocada."

Se comprovada a autoria no caso das duas vítimas já identificadas, Marinésio deve responder por feminicídio, ocultação de cadáver e, possivelmente, estupro.

Corpo de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos foi encontrado entre Planaltina e Paranoá — Foto: Arquivo pessoal

Morte de Letícia Sousa

O corpo da advogada Letícia Sousa foi encontrado nesta segunda-feira (26). Até a manhã desta terça (27), o corpo não havia sido liberado para o sepultamento. A jovem estava desaparecida desde sexta-feira (23), quando saiu para o trabalho, por volta das 7h.

Letícia morava no Setor Arapoanga, em Planaltina, com o marido e o filho, de 3 anos. Funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), ela foi gravada por uma câmera de segurança entrando em uma caminhonete que pertence a Marinésio dos Santos Olinto.

O homem, segundo a Polícia Civil, confessou o crime. Ele disse que matou a vítima porque ela se recusou a manter relações sexuais. Marinésio, que levou os policiais até o local onde estava o corpo, contou que enforcou Letícia.