Educação

Após protesto, Gere volta atrás e permite alunos do EJA no transporte escolar

Informação foi confirmada por estudantes e direção de escola

Por 7 Segundos 08/08/2019 10h10
Após protesto, Gere volta atrás e permite alunos do EJA no transporte escolar
Estudantes da rede estadual protestam no Centro de Arapiraca - Foto: Reprodução

Após o protesto de estudantes na noite de quarta-feira (07) na praça Marques, encerrado após a Polícia Militar utilizar balas de borracha, a 5ª Gerência Regional de Ensino (Gere) voltou atrás na decisão de impedir que os estudantes do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) utilizasse o transporte escolar. A informação foi confirmada por estudantes e pela direção da Escola Professora Izaura Antônia de Lisboa (Epial), na manhã desta quinta.

Desde o início da semana, os estudantes do EJA que residem em comunidades rurais do município e em cidades vizinhas estavam mobilizados contra a proibição de utilizarem os ônibus do Estado para seguirem para as escolas na zona urbana de Arapiraca. 

"Imagine você querer estudar, enfrentar várias dificuldades e, na hora que passa o escolar, todos os alunos entram, mas você é proibido por 'ordem superior'. Nós somos alunos como todos os outros", afirmou o estudante André Thiago, aluno do colégio Aurino Maciel, durante protesto em frente a 5ª Gere, na última terça-feira. Segundo ele, os estudantes sentiam ser alvo de preconceito.

Os manifestantes também reclamavam estar sendo prejudicados porque a proibição aconteceu na mesma semana em que a maioria deles está passando por período de provas e simulados. 

Na noite de quarta-feira (07), um grupo de estudantes do EJA dos colégios Quintela Cavalcanti e Pedro Reis, se reuniram para fazer um protesto no cruzamento da rua Estudante com a Avenida Rio Branco. Os manifestantes chegaram a bloquear a passagem de veículos e o protesto acabou depois que a Polícia Militar deflagrou disparos de elastrômetro, mais conhecido também como bala de borracha, para dispersar a multidão.

Hoje (08), pela manhã, o 3º Batalhão da Polícia Militar divulgou uma nota de esclarecimento, informando que havia indivíduos infiltrados na manifestação, que teriam começado a praticar atos de vandalismo e agredido um motorista e que, por isso, os militares precisaram usar o armamento não-letal para conter os manifestantes.Leia a nota completa ao final da matéria.

Apesar dos disparos de munição de borracha e relatos de uitilização de spray de pimenta, não houve registro de feridos ou de danos materiais após a manifestação. 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O comando do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) vem por meio desta nota informar a sociedade arapiraquense que os fatos ocorridos na noite dessa quarta-feira (07/08) se deram em decorrência da infiltração de alguns indivíduos numa manifestação de estudantes que reivindicavam transporte escolar. Estas pessoas infiltradas começaram a praticar atos de vandalismo, ameaçando à ordem pública, chegando até a agredir um motociclista que passava pelo local, fato este que gerou ligações para o COPOM, solicitando a presença da polícia para controlar a situação. Ao chegar no local, a PM foi recebida de forma hostil por esse grupo, sendo necessária a utilização de uma ação de choque ligeiro para conter esses pseudos manifestantes, que buscavam apenas provocar desordens. 

Vale ressaltar que a Polícia Militar agiu dentro da técnica protocolar, cercando-se de cautela, evitando assim qualquer tipo de dano aos verdadeiros estudantes.

O comando do 3º Batalhão se solidariza com os verdadeiros estudantes que no ato buscavam o seu legítimo direito, ficando à disposição da sociedade arapiraquense como de costume.