Fatalidade

Atentado contra escritório de candidato a vice no Afeganistão mata 20

Político foi retirado em segurança do local. Terroristas usaram bomba para invadir sede de partido e abriram fogo

Por Veja 30/07/2019 10h10
Atentado contra escritório de candidato a vice no Afeganistão mata 20
As explosões em Cabul contra um candidato a vice-presidência, ressalta o risco de eleições no Afeganistão - Foto: Mohammad Ismail/Reuters

Um atentado terrorista no domingo 28 contra os escritórios do candidato a vice-presidente e ex-Chefe da Inteligência afegã, Amrullah Saleh, em Cabul, deixou vinte pessoas mortas e cinquenta feridas. O ataque aconteceu horas depois de o presidente Ashraf Ghani, candidato à reeleição e companheiro de chapa de Saleh, garantir que “a paz está chegando” ao se referir às negociações com o Talibã.

A ação começou às 16h40 (9h10 em Brasília), quando foi registrada uma forte explosão perto da sede do partido Green Trend, uma organização da sociedade civil voltada para os jovens, fundada por Saleh e que faz parte da base aliada do atual governo. Após a detonação, um grupo de homens armados invadiu o prédio e abriu fogo. Forças de segurança trocaram tiros por seis horas com os invasores e mataram diversos terroristas.

O porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi, informou que Saleh foi evacuado do prédio e “levado a um local seguro”.

Até o momento, nem o Talibã nem o Estado Islâmico (EI) – os dois principais grupos terroristas que atuam no país – reivindicaram a autoria do ataque.

Processo de paz

Com as eleições adiadas duas vezes e agora com data marcada para 28 de setembro, dezoito candidatos, incluindo o atual presidente, vão concorrer em meio a um processo de negociação de paz entre o governo e o Talibã.

No sábado, o ministro da Pacificação, Abdul Salam Rahimi, disse que as conversas diretas com o grupo extremista acontecem dentro de duas semanas.

Essas negociações são cruciais, já que os talibãs controlam ou têm influência sobre metade do território afegão. Até agora, os terroristas vinham se negando a dialogar com o governo, acusando-o de “marionete” dos EUA. O grupo, porém, procurou a oposição afegã para conversas mediadas pelo governo russo.

Além da guerra contra o terror, o país enfrenta muitos outros problemas, como o forte aumento da criminalidade, uma economia estagnada, o aumento do desemprego e infraestruturas em ruínas.

Também está presente o risco de ocorrência de ataques contra as seções eleitorais, como os talibãs e outros grupos já fizeram no passado, o que contribui para minar a instável democracia afegã.

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