Justiça

Bancos são delatados por Odebrecht

Três funcionários do Banco Paulista foram presos preventivamente

Por IstoÉ 23/05/2019 10h10
Bancos são delatados por Odebrecht
Três funcionários do Banco Paulista foram presos preventivamente - Foto: Divulgação

A operação Lava Jato chegou aos bancos. Um ex-executivo da Odebrecht disse que ao menos dois banqueiros ajudaram ex-funcionários da empresa a lavar dinheiro no esquema de pagamento de propinas da construtora.

Um deles é Álvaro Augusto Vidigal, que foi presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) entre 1991 e 1996 e é o atual diretor-presidente do Banco Paulista. O outro é o dono do Trendbank, Adolpho Mello Neto, que já responde a um processo na Lava Jato por lavagem de dinheiro.

As revelações foram feitas em depoimentos prestados à força-tarefa da Operação Lava Jato, que iniciou sua investida contra instituições financeiras recentemente, em sua 61ª fase, deflagrada em 8 de maio. Na ocasião, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na sede do Banco Paulista, em São Paulo.

Foi a primeira vez, em mais de cinco anos de Lava Jato, que agentes estiveram numa instituição financeira para colher material para investigações.

As transações, segundo investigações da PF (Polícia Federal) e do MPF, eram pagamentos a empresas de fachada criadas por integrantes da Odebrecht. Eles recebiam comissões por concretizar o pagamento das propinas pagas pela companhia em busca de facilidades em seus negócios.

Três funcionários do Banco Paulista foram presos preventivamente. O presidente não foi preso. No entanto, de acordo com o depoimento de Olívio Rodrigues Júnior, ex-integrante do chamado “setor de Operações Estruturadas” da Odebrecht, ele conhecia e autorizava as operações que levaram seus empregados à prisão.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o esquema com a Odebrecht no banco teria movimentado R$ 48 milhões.

Em outro depoimento, no ano passado, o mesmo ex-executivo da Odebrecht informou que Adolpho Mello Neto, dono do Trendbank, também atuou na lavagem de dinheiro da empreiteira. As declarações foram dadas ao então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça.