Política

Tribunal manda Temer e coronel Lima de volta à cadeia da Lava Jato

A revogação da liminar que havia suspendido a prisão preventiva foi definida por 2 votos a 1 da turma de desembargadores

Por Estadão 09/05/2019 07h07
Tribunal manda Temer e coronel Lima de volta à cadeia da Lava Jato
Tribunal manda Temer e coronel Lima de volta à cadeia da Lava Jato - Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) decidiu nesta quarta-feira, 8, que o ex-presidente Michel Temer(MDB) e o coronel da reserva da Polícia Militar paulista João Baptista Lima Filho sejam presos novamente. A revogação da liminar que havia suspendido a prisão preventiva foi definida por 2 votos a 1 da turma de desembargadores. Na noite desta quarta, Temer disse que vai se apresentar nesta quinta-feira, 9, à Justiça e recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Vou me apresentar amanhã (quinta-feira) seguramente. Não tenho nenhum problema com isso. Vou falar com meus advogados”, disse o ex-presidente em rápida conversa com jornalistas quando chegava em sua casa, em São Paulo.

Temer e Coronel Lima foram presos preventivamente em 21 de março, na Operação Descontaminação, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio. Ambos foram libertados no dia 25 daquele mês por decisão liminar (provisória) do desembargador Antonio Ivan Athié, do TRF-2. A Descontaminação é desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

A investigação envolve obras na usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear, em que teria havido desvios de R$ 1,8 bilhão, de acordo com o Ministério Público Federal.

A acusação teve como base depoimento do engenheiro José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que firmou acordo de delação premiada, e investigações sobre Angra 3. Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propinas relacionadas às obras. As acusações são dos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. O emedebista é réu neste caso – em 2 de abril, Bretas abriu ações penais contra acusados na Descontaminação.