Cultura

Cidade de Maria fica sem patrocinadores e cancela maior Paixão de Cristo de AL

Produtor do espetáculo afirma que é apenas uma "pausa" e que encenações voltarão a acontecer

Por Patrícia Bastos 12/04/2019 13h01
Cidade de Maria fica sem patrocinadores e cancela maior Paixão de Cristo de AL
Paixão de Cristo é encenada com sucesso na Cidade de Maria, em Craíbas. - Foto: Cortesia / Divulgação

Com o fim do mandato de Givaldo Carimbão (PHS), a Cidade de Maria, em Craíbas perdeu seu principal patrocinador e, em decorrência de dificuldades financeiras, não irá apresentar este ano a Paixão de Cristo. A informação foi confirmada pelo produtor do espetáculo, Marcos Cordeiro, que agora está organizando - junto com parte da equipe que ele trabalhou nos últimos anos em Craíbas - a volta da tradicional encenação da morte e ressurreição de Cristo no Morro Santo da Massaranduba.

"A principal causa é a falta de patrocinadores mesmo. Tínhamos o Carimbão como o grande incentivador da cultura, de tal forma que a Cidade de Maria foi construída por ele. Mas política é muito instável, uma hora você tem mandato, na outra não tem. A intenção dele era continuar o espetáculo, mas quando sai de uma campanha como a dele, com desgaste físico, psicológico, financeiro também. Ele não tinha força suficiente para dar continuidade e queria que eu seguisse com o projeto. Fomos em busca de apoio, mas infelizmente não conseguimos", afirmou Marcos Cordeiro.

A Cidade de Maria foi construída por Givaldo Carimbão em uma área de 300 mil metros quadrados na zona rural de Craíbas e, nos últimos anos se tornou local de peregrinação para os católicos. No local, o cenário da Paixão de Cristo construído em 35 mil metros quadrados, com capacidade para receber até 20 mil pessoas por espetáculo, já havia se firmado como maior espetáculo a céu aberto de Alagoas e era comparado ao de Nova Jerusalém, em Pernambuco, que atrai turistas de todo o país na Semana Santa.

De acordo com Marcos Cordeiro, na tentativa de manter o espetáculo na Cidade de Maria, o ex-deputado federal chegou a avaliar se o espetáculo poderia ser auto sustentável, mas após a colocação dos custos da produção no papel, peceberam que não havia como fazer a montagem, mesmo se fosse cobrado ingresso. "Não era possível porque o nosso público é bem diferente do de Nova Jerusalém. O publico da Cidade de Maria é, na sua grande maioria, de católicos. Por isso mantemos a ideia de trabalhar o turismo religioso e, aos poucos ganhar um novo público", disse.

O produtor teatral afirma que "a Cidade de Maria não morreu" e que classifica a situação atual como uma "pausa". Segundo ele, logo após a Semana Santa, vai passar a procurar patrocínio e apoio cultural para a realização do espetáculo "O nascimento de Jesus", em dezembro.

"Já vou começar a colocar os projetos em prática para recuperar a Cidade de Maria com seus espetáculos. Vamos focar no 'Nascimento de Jesus' e, na sequência voltar a trabalhar para trazer a Paixão de Cristo. É uma estrutura grandiosa, com cenários construídos em alvenaria e pedra, que não podemos deixar acabar dessa forma", declarou.