Política

Condenação de vereador de Tapera por estupro pode mudar rumos do impeachment do prefeito

Presidente da Câmara vai recorrer da condenação de 12 anos de prisão em liberdade

Por 7Segundos e Correio Notícia 10/04/2019 13h01
Condenação de vereador de Tapera por estupro pode mudar rumos do impeachment do prefeito
Marquinhos X foi condenado a 12 anos por estupro, mas vai recorrer em liberdade - Foto: Câmara de Vereadores

A condenação do presidente da Câmara Municipal de São José da Tapera, Marcos Pereira de Oliveira (PRP), o Marquinhos X, poderá mudar os rumos do processo de impeachment do prefeito José Antônio Cavalcante (PSB), que está em tramitação no Legislativo.

Caso o parlamentar seja afastado da Câmara, além da entrada de um novo vereador, que poderá modificar o equilíbrio entre situação e oposição no Legislativo, o vereador Luciano Maia (PSDC), que assumir a presidência do Legislativo, já se posicionou contra a cassação do mandato do prefeito. Durante a votação sobre a abertura do pedido de impeachment, Luciano Maia votou como outros cinco vereadores da base aliada de José Antônio, contra a abertura do processo.

Marquinho X, no entanto, afirmou que vai recorrer da condenação por estupro de vulnerável em liberdade. Em nota divulgada na noite de terça (9), ele afirmou que o processo ainda não "transitou em julgado" e, por isso irá ajuizar recursos para tentar reverter a decisão. O vereador é acusado de estuprar uma adolescente em 2014, quando a vítima tinha 13 anos, o caso é classificado como "segredo de justiça", mas em São José da Tapera, mas o "escândalo" é conhecido no município.

A vítima procurou o vereador para pedir patrocínio para comprar material esportivo para a turma em que estudava e teria passado a ser assediada pelo parlamentar. Outro dia, ela teria sido abordada na rua por Marquinhos X e entrou no carro dele, de onde seguiram para o local onde o estupro aconteceu. Depois disso, a vítima treia sido ameaçada para não revelar sobre o ato sexual.

O vereador foi denunciado pelo Ministério Público Estadual em 2015 e, na terça-feira (9), o juiz Thiago Augusto de Morais decidiu que ele é culpado da acusação de estupro de vulnerável e o condenou a 12 anos de prisão. 

O parlamentar encaminhou, para o Correio Notícia, uma nota de esclarecimento, em que afirma ser inocente da acusação e que discorda da interpretação do magistrado que o condenou. Veja a nota, na íntegra, abaixo:

Tendo em vista a notícia publicada nos mais divernos meios de comunicação, a respeito de nossa condenação em processo crime de estupro de vulnerável, proferida pelo Magistrado da comarca de São José da Tapera, venho apresentar a minha família, aos meus eleitores, amigos e toda sociedade taperense a irresignação diante da respeitável decisão, reafirmando, veementemente, a nossa inocência.

Infelizmente, deparamos no dia de hoje com a notícia veiculada na mídia com informações do processo classificado como "segredo de justiça", e que, por força da Lei, não podemos divulgar ou esclarecer detalhes. No entanto, respeitando a interpretação do Magistrado, somos obrigados a discordar dela, por entender ser absolutamente equivocada e contrária às provas nos autos.

A referida decisão judicial que impôs uma condenação não transitou em julgado, não produzindo, desta forma, efeitos jurídicos no momento. Assim, no sentido de modificá-la, somo supedâneo de justiça. iremos interpor recurso às instâncias superiores, acreditando e confiando na Justiça e na mais firme convicção de que sera revertida essa injusta condenação.

Sempre ficamos disantes de comentários sobre o caso, mas sinto que estamos sendo crucificados por algo que não praticamos. Diante disso, neste momento, somos levados a adotar uma providência, de forma veemente, pela nossa inocência, com bases constitucionais e sob o princípio da presunção da inocência, que garante não ser considerado culpado até exaurir os recursos legalmente admitidos e, por fim, mostraremos a nossa inocência, tão clara para a maioria dos munícipes e em razão da ausência de provas.

Agradecemos pela confiança que cada cidadão depositou, acreditando na ética, na justiça e, principalmente, em Deus, s quem a justiça nunca falha.

Ver. Marcos Pereira Oliveira (Marquinhos X)