Política

Políticos, militares e olavistas disputam indicação para o MEC

O entrave para o governo é lidar com os grupos que atuam no governo e no MEC

Por Folha de São Paulo 05/04/2019 17h05
Políticos, militares e olavistas disputam indicação para o MEC
O ministro Ricardo Vélez em evento em Campos do Jordão - Foto: Amanda Perrobelli/ Reuters

Após a indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre provável demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, políticos, militares e seguidores de Olavo de Carvalho trabalham para emplacar o substituto. Em café com jornalistas, Bolsonaro promete resolver a situação até segundafeira (8).

O entrave para o governo é lidar com os grupos que atuam no governo e no MEC, e cuja disputa ajudou a enfraquecer Vélez no cargo. A escolha pode, ao privilegiar alguma tendência, intensificar o racha que marcou a gestão do colombiano no ministério.

Dos cinco nomes ventilados, três ganham força por contarem com apoios importantes nos bastidores. Os mais fortes são o do presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anderson Ribeiro Correia, do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). O ministro Ricardo Veléz nesta sexta (5), no 18º Fórum Empresarial Lide, em Campos do Jordão (SP) - Amanda Perobelli/Reuters 05/04/2019 Políticos, militares e olavistas disputam indicação para o MEC - 05/04/2019 - Educação e de Eduardo Melo, ligado ao grupo mais ideológica que atua no governo. Anderson, da Capes, é engenheiro e foi reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

Além da ligação direta com os militares, é evangélico e tem a simpatia da bancada evangélica, cujos integrantes reforçam também o currículo consistente. A nomeação de Izalci para o MEC tem sido defendida desde o ano passado por parte da bancada evangélica. O fato de ser filiado ao PSDB, no entanto, é visto como entrave.

Tanto Anderson quanto Izalci encontram resistência do grupo de discípulos do escritor Olavo de Carvalho, guru ideológico do governo: Izalci, por ser político, e Anderson, por ser militar e ter alguma ligação com ex-integrantes do MEC que Vélez foi forçado a demitir durante a crise atual.

Os olavistas apostam em Eduardo Melo, ex-militar e religioso. Em março, foi exonerado do MEC mas ganhou o segundo cargo cargo mais importante, de diretor geral adjunto, na Associação Roquette Pinto, que gerencia a TV Escola.