Brasil

Após separação, gêmeas siamesas retornam a Fortaleza para reabilitação

Gêmeas de dois anos Maria Ysabelle e Maria Ysadora passaram por processo de cinco cirurgias em Ribeirão Preto (SP) para separação do crânio.

Por G1 29/03/2019 21h09
Após separação, gêmeas siamesas retornam a Fortaleza para reabilitação
A família foi recebida, no Aeroporto de Fortaleza, pelo médico Eduardo Jucá, que acompanhará a evolução de Maria Ysabelle e Maria Ysadora. - Foto: Fabiane de Paula

Após cinco cirurgias de separação realizadas em Ribeirão Preto (SP), as irmãs que nasceram unidas pela cabeça Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de dois anos, chegaram a Fortaleza nesta sexta-feira (29) para reabilitação ao lado da família. "Muita felicidade e gratidão nesse momento", revela a mãe das gêmeas, Débora Farias, instantes após desembarcar no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. Para o pai, Diego Farias, a sensação é de alívio.

“A gente conseguiu essa vitória. Vai ser um longo período de reabilitação, mas, se Deus quiser, vai dar tudo certo”, comenta.

De volta à terra natal, as gêmeas farão uma visita ao mar pela primeira vez, como uma celebração à vida. "A gente vai ver a família, passear um pouco com elas e ir à praia", explica Diego.

As bebês foram submetidas à cirurgia de separação das cabeças em 27 de outubro de 2018, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e retornaram ao Ceará no início da tarde desta sexta-feira (29).

Maria Ysadora e Maria Ysabelle são de Pacatas, distrito da cidade de Aquiraz, distante 32 km de Fortaleza, e foram transferidas para Ribeirão Preto para passarem pelo procedimento inédito no Brasil. Por ser considerada de alta complexidade, a cirurgia foi dividida em cinco fases, que ocorreram entre 17 de fevereiro e 28 de outubro de 2018.

As gêmeas receberam alta médica em 7 de dezembro. A volta delas estava prevista para o mesmo mês, mas problemas na cicatrização pós-cirúrgica impediram o retorno no tempo esperado.

Crianças evoluem bem

O processo de reabilitação das irmãs no Ceará será acompanhado pelo neurologista Eduardo Jucá, que, em 2017, foi responsável pela transferência das gêmeas para o HC. Ele afirma que o quadro clínico delas não inspira preocupações.

"Tiveram alteração cerebral, mas estão evoluindo bem", avalia. Ainda segundo o médico, além do resultado positivo à saúde das gêmeas, a cirurgia trouxe aprendizado para a equipe hospitalar. “Foi uma grande lição para todos nós. Aprendemos muito em termos de planejamento, trabalho em equipe e superação humana."