Política

CPI contra prefeito de Delmiro é arquivada pela Câmara de Vereadores

Apuração sobre contratos de locação de veículos, investigada pelo MP, foi barrada pelos parlamentares

Por 7 Segundos 15/03/2019 11h11
 CPI contra prefeito de Delmiro é arquivada pela Câmara de Vereadores
Prefeito de Delmiro Gouveia, Padre Eraldo - Foto: Correio Notícia

Um dia antes de o chefe do Ministério Público Estadual, Alfredo Gaspar Mendonça, comandar operação para investigar suposto desvio de recursos públicos na prefeitura de Delmiro Gouveia, o prefeito padre Eraldo Cordeiro (PSD) havia se livrado de outra investigação: por seis votos a cinco, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi arquivada na Câmara de Vereadores.

A ação foi proposta no dia 26 de fevereiro pelos vereadores Carlos Roberto (PTN), conhecido como Cacau Correia; Francisco de Assis (PRP), o Kinho; George Lisboa Júnior (MDB); Marcos Costa (MDB); Enoque Batista  (PHS); e Raimundo Valter Casa Grande (PPS). Este último, no entanto, mudou de ideia e votou pelo arquivamento da comissão, assim como Pedro Paulo (PT) , Geraldo Xavier (PSD), Fabíola Marques (PSL) e Henriqueta Cabral (DEM). Diante do empate, o presidente da Câmara, Ezequiel Carvalho (PSB), o Kel, votou pela rejeição da ação protocolada.

Em sua justificativa, o presidente do Legislativo justificou seu "voto de minerva". "Votei pela rejeição porque vejo que não há cabimento no que está exposto no requerimento", resumiu. Os outros parlamentares que votaram pelo arquivamento argumentaram que a gestão do município tem passado por dificuldades.

O pedido de abertura de CPI usou como argumento supostas irregularidades na contratação de uma empresa de locação de veículos e de um escritório jurídico, também objeto de investigações do Ministério Público Estadual. Conforme denúncia dibulgada no início de fevereiro, a prefeitura de Delmiro Gouveia teria efetuado quatro pagamentos a empresa Jose Etelvino Lins de Albuquerque Júnior - EPP ou JR Locações, referentes à locação de veículos para a Secretaria Municipal de Educação, que somados chegaaram a R$ 2,2 milhões, conforme dados publicados no portal da Transparência do município.

Na época, a prefeitura e a JR Locações emitiram notas argumentando que o valor era apenas um "empenho" de dotação orçamentária e não o pagamento da parcela do contrato. 

No dia da operação do Ministério Público, mais denúncias contra a administração da prefeitura de Delmiro Gouveia. Por meio de redes sociais foram divulgadas informações sobre suposto superfaturamento de itens para a merenda escolar, como carcaça de frango e achocolatado, cujos valores contratados estão muito acima dos praticados nos estabelecimentos locais.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Delmiro Gouveia, as denúncias relacionadas à merenda escolar "não possuem fundamento". Sobre a operação desencadeada pelo Ministério Público, informa que assim que houver a conclusão da ação, uma nota será emitida. Mas antecipou que a prefeitura está colaborando com as investigações: "Desde já, o município mantem todos os seus atos de forma transparente, o MP está cumprindo o seu papel e todas as informações solicitadas foram entregues".