Justiça

Boiadeiros sentam no banco dos réus por duplo homicídio ocorrido há 13 anos

Baixinho Boiadeiro, que estava foragido desde a morte do pai, em 2017, se apresentou para julgamento

Por Patrícia Bastos 04/02/2019 11h11
Boiadeiros sentam no banco dos réus por duplo homicídio ocorrido há 13 anos
Theobaldo depõe em primeiro plano e, atrás dele, Pé de Ferro, Baixinho e Neguinho Boiadeiro - Foto: Dicom/TJAL

Os irmãos Boiadeiro, José Anselmo Cavalcanti de Melo, o Preto Boiadeiro, e José Márcio Cavalcanti de Melo, o Baixinho Boiadeiro, estão neste momento sentados no banco dos réus, no Fórum do Barro Duro. Os irmão e Thiago Ferreira dos Santos, conhecido como "Pé de Ferro", estão sendo julgados pelo duplo homicídio que teve como vítimas Edivaldo Joaquim de Matos e Samuel Theomar Bezerra Cavalcante Júnior, ocorrido na Praça Matriz, em Batalha, no dia 26 de maio de 2006. 

O julgamento é a primeira aparição pública de Baixinho Boiadeiro desde a morte do pai, o vereador Neguinho Boiadeiro, ocorrida em outubro de 2017. Pouco depois do crime, ele teria trocado tiros com José Emílio Dantas e teve a prisão decretada pela Justiça por tentativa de homicídio. Baixinho é também considerado autor do assassinato do vereador Tony Pretinho, ocorrida no mês seguinte, também em Batalha. Por conta disso, mesmo que ele seja inocentado do júri, deverá ser encaminhado para unidade prisional após o julgamento.

O juiz da 8ª Vara Criminal da Capital, John Silas da Silva, preside o júri e pouco depois de abrir a sessão solicitou reforço na segurança do Tribunal. O promotor de justiça da 48ª Promotoria da Capital, Antônio Luís Vilas Boas Souza, está a frente da acusação.

Nesta primeira fase do julgamento, sete testemunhas estão sendo ouvidas. A expectativa é que o julgamento se estenda durante todo o dia de hoje e que seja finalizado durante a madrugada ou amanhã pela manhã.

No dia do crime, os trés reus estavam acompanhados por Emanoel Messias de Melo, conhecido como Manuel Boiadeiro, e José Marcos Silvino dos Santos, apelidado de Tigrão, que foram mortos posteriormente, em um bar no centro de Batalha, quando a acompanhante dele, identificada como Karen, teve uma discussão com Marina, irmã Theobaldo Cavalcante Lins Neto, que estava no bar ao lado.

Após a discussão, Theobaldo estava saindo do bar acompanhado de Edivaldo Joaquim de Matos e de Samuel Theomar Bezerra Cavalcante Júnior em uma caminhonete, quando Manoel Boiadeiro se aproximou e atirou na direção das vítimas, matando Matos e Samuel. Conforme as investigações policiais, nesse momento Preto Boiadeiro, Baixinho Boiadeiro, Pé de Ferro e Tigrão, deram apoio à ação criminosa, deflagrando tiros para o alto e na direção do veículo onde estavam as vítimas.

Apesar de ser o alvo do atentado, Theobaldo conseguiu escapar com vida e, após a conclusão do inquérito policial, os cinco foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e em razão de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Manoel Boiadeiro foi morto durante uma operação policial no município de Belo Monte, às vésperas das eleições municipais de 2016. A ação policial tinha como objetivo cumprir mandados de prisão de de busca e apreensão contra uma quadrilha de assaltantes de banco e, de acordo com a polícia, na época, Manoel estava em uma das residências que era alvo da operação e reagiu atirando nos policiais.