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Polícia Federal pode investigar morte de Neguinho Boiadeiro

Por 7Segundos 20/11/2018 12h12
Polícia Federal pode investigar morte de Neguinho Boiadeiro
Vereador negou participação no crime e não sabe a quem atribuir mando - Foto: Cortesia

O vereador Alex Sandro Pinto e seu sobrinho Raphael Rocha Pinto, concederam coletiva na manhã desta terça-feira (20) em uma residência da família, situada na Rua Rui Palmeira, no bairro da Ponta Verde, em Maceió, para tratar do assassinato do vereador por Batalha Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro.

Alex e Raphael foram detidos e acusados de participar do crime, mas tiveram a prisão relaxada e alegam inocência. A Polícia Federal e peritos federais devem entrar na investigação do caso. A defesa dos acusados acredita que uma perícia que será realizada no veículo usado no crime, provas produzidas pela defesa como mapeamento com geolocalizador, além de depoimentos colhidos devem inocentar o vereador e o sobrinho.

A estratégia da defesa é ligar o crime à operação Surugate que investiga a suposta contratação de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas e afastar hipóteses que ligue Neguinho Boiadeiro a Sandro Pinto, mas durante a coletiva Sandro Pinto se limitou a dizer não entender por que foi citado no processo e que não sabem a quem atribuir o crime. Sandro também diz temer ser alvo de 'queima de arquivo'.

A família deve investigar o crime paralelamente à polícia.

Relembre o caso
Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro, foi executado a tiros quando saía da Câmara Municipal de Batalha no fim da manhã do dia 09 de novembro de 2017. No dia do crime, uma enorme confusão e clima de guerra tomou conta da cidade. Um integrante da família Dantas, identificado como José Emílio, de 48 anos, foi atingido por um tiro no ombro direito, além dele, o policial civil Joaquim Lins Neto, conhecido como Pirauá e inicialmente apontado como segurança Neguinho, também foi baleado. Dias depois, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) emitiu nota negando que Pirauá fazia a segurança do vereador assassinado.

Em julho de 2018 a Polícia Civil concluiu o inquérito em que todos os indícios apontariam para crime de mando, mas a PC não apontou um mandante.

Meses antes, em fevereiro desse ano, os acusados de executar o vereador foram presos. Rafael Pinto e Maiquel Alves da Silva foram indiciados no inquérito, mas depois foram soltos e presos novamente em agosto, até nova soltura. Já o vereador Alex Sandro Rocha Pinto, Sandro Pinto (PMN), foi solto depois por meio de um alvará de soltura. A polícia descobriu que munição de propriedade do exército foi utilizada no homicídio e ainda há a possiblidade do crime ter relação como o esquema de servidores “fantasmas”, na folha da Assembleia Legislativa – caso que vem sendo investigado pela Polícia Federal, na operação Surugate.

O filho de Neguinho Boiadeiro, José Márcio Cavalcante, conhecido como Baixinho Boiadeiro está foragido desde a data do crime. Ele é acusado de ter atirado em José Emílio. Meses depois de ser considerado foragido, Baixinho gravou um vídeo e divulgou na internet alegando que a morte do pai poderia ter motivação política. Segundo ele, o pai tinha conhecimento de uma lista de funcionários fantasmas na ALE.

Baixinho também é acusado de matar Tony Carlos Silva de Medeiros, o Tony Pretinho, outro vereador de Batalha, morto a tiros na frente de casa um mês depois de Neguinho Boiadeiro,

O inquérito deste segundo homicídio também já foi concluído. A PC acredita que Baixinho Boiadeiro é autor do crime de Tony Pretinho e teve um mandado de prisão expedido pela Justiça, mas está foragido.