Educação

Professora arapiraquense utiliza fenômenos do cotidiano para transmitir a paixão pela Física aos seus alunos

Clécia Santos Bastos, da Escola Estadual Senador Rui Palmeira, torna a disciplina mais atrativa e ajuda a fazer da escola um segundo lar para seus alunos

Por Secom Alagoas 16/10/2018 14h02
Professora arapiraquense utiliza fenômenos do cotidiano para transmitir a paixão pela Física aos seus alunos
Professora Clécia Santos leciona Física na Escola Senador Rui Palmeira - Foto: José Demétrio

Desde 2016, os alunos da Escola Estadual Senador Rui Palmeira, mais conhecida como Premen, em Arapiraca, têm descoberto um novo olhar para os fenômenos naturais do dia a dia. A dedicação de cada um, somada ao amor pela Física semeado pela professora Clécia Santos Bastos, têm produzido fenômenos “mágicos” na escola e na vida de vários jovens arapiraquenses.

“Sou polivalente. Neste espaço, faço eles sentirem a física, de forma leve, prática e brincando, eles fazem a experimentação da física no cotidiano, com apoio de reciclados. Durante muito tempo, ouvia acerca da necessidade de ensinar a física da forma 'tradicional', com muito cálculo. Até que tivemos aqui na escola um momento com o Bonjorn (autor de vários livros na área) e ele me falou que eu estava no caminho certo, que eu não estava formando físicos, estava formando pessoas para lidar com a sociedade”, revela Clécia, emocionada.

Aprendizagem divertida - E emoção não falta na vida desta docente para levar sua paixão pela Física aos seus alunos, desde sua descoberta e encantamento pela disciplina, ainda no Ensino Médio, na Escola Estadual Pedro Reis, por meio da didática da professora Graciedja, outra fonte de inspiração para ela, até os desafios lançados por meio de cada aluno, dos quais se sente também um pouco amiga, psicóloga e até mãe.

“Desde o ano passado venho ocupando muito espaço na escola, porque temos as disciplinas eletivas. Eu já pratico muito física no cotidiano. Eles não fazem apenas o exercício com cálculo, a gente ocupa os espaços da escola, peço que eles tragam carrinhos para estudar a velocidade média atingida, usamos fita métrica para transformações de medidas de centímetros para metros, faço eles sentirem a física e, com base nestas brincadeiras, fui convocada pela escola para fazer uma disciplina nova, a eletiva 'experimentação da física no cotidiano', onde a gente brinca mais e aprende mais ainda. É o momento que percebo maior prazer deles em estar na sala de aula, eles revelam: 'professora eu tenho prazer em assistir sua aula'. Para mim é muito gratificante, fico fascinada com a fala deles”, confidencia a docente.

Destas “brincadeiras” junto com seus alunos, já foram desenvolvidas dezenas de experimentos, tais como: câmara escura, para estudar as lentes e os efeitos de como o olho enxerga; montanha-russa, mostrando a diferença entre energias cinética e potencial; desenvolveram um robô à base de pressão hidráulica para a Mocite/Epial, rendendo o troféu de 3º lugar na categoria; construíram vários jogos, entre outros.

A escola como família - Desde que chegou ao Premen, em 2015, após breve passagem pela Escola Estadual Quintela Cavalcante, em 2016, Clécia tem descoberto e despertado um misto de sentimentos entre uma atividade e outra. Além da disciplina eletiva, do Projeto Integrador (PI) “A importância dos 5R – repensar, reaproveitar, reduzir, reciclar e reutilizar” e estudos orientados, ela revela o outro lado da sua “mágica” missão durante o DOT (Docente Orientador de Turma).

“Este acompanhamento é muito detalhado, onde precisamos ter bastante atenção, não é momento de brincadeira, mas de observar e adverti-los quando necessário. É preciso estar muito antenada, observar frequência, rendimento e o que está acontecendo lá fora que possa estar interferindo na sua vida escolar. É um momento tão bom, que a gente cresce espiritualmente. Aqui somos como uma família, somos mais que professores, somos um pouco de tudo. Quero dar o conforto aos pais para receber este conforto com meus filhos”, explica Clécia, mãe de dois filhos.

Os métodos aplicados pela professora têm despertado bons sentimentos não só entre alunos, que buscam expressá-los de todas as formas, mas entre os colegas, que se veem nela, como é o caso da articuladora de ensino da escola, Maria Rosa dos Santos, hoje somando 31 anos de magistério. “Professores apaixonados pelo que fazem cumprem a sua missão com magia”, avalia Maria Rosa.