Brasil

Tite encerra rodizio e define Neymar como capitão número 1 da seleção

Por Uol 06/09/2018 20h08
Tite encerra rodizio e define Neymar como capitão número 1 da seleção
Neymar durante treino da Seleção Brasileira, em Nova Jersey - Foto: Reprodução/Uol

Adepto do rodízio de capitães na seleção brasileira, Tite encerrou a divisão e apontou Neymar como capitão número 1 da equipe que irá enfrentar os Estados Unidos, nesta sexta-feira (7), em Nova Jersey.

O escolhido do treinador, primeiro a ocupar o posto após a Copa do Mundo, concedeu entrevista coletiva a seu lado na véspera do confronto, no Metlife  Stadium, nesta quinta (6), e disse estar mais maduro para cumprir a função após abdicar da braçadeira após os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.

"Grande honra ser nomeado o capitão, e vou fazer de tudo para exercer essa função, ajudando a seleção a vencer", disse o atacante do Paris Saint-Germain. "Naquele momento, eu estava totalmente pressionado. Dificilmente alguém nessa sala aqui vai passar pelo que passei, não só durante a Olimpíada, mas todos esses anos, pós-Copa também", completou.

Neymar também justificou o silêncio com os jornalistas durante a Copa do Mundo da Rússia, em que foi bastante criticado por atuações instáveis e por exagerar nas reações às faltas sofridas.

"Fui alvo de muitas críticas. Coisas ruins, e não me senti bem em falar. Quando não me sinto bem, melhor ficar quieto. Minha resposta tem de ser dentro de campo. Decidi aceitar (ser capitão) porque aprendi muita coisa, e vou aprender muito mais. Essa responsabilidade vai fazer muito bem para mim", analisou.

''O tempo passa, as pessoas crescem e amadurecem. Esse tempo todo que estivemos com o Neymar, tivemos situações importantes que ele teve consciência e discernimento. Então ele tem, sim, essa condição de dar esse passo a frente'', completou Tite.

O camisa da seleção encarou questões sobre o desempenho da seleção no Mundial, sobre a fama de "cai-cai" e sobre o ambiente da seleção. Veja as respostas:

A lesão na Copa

Amadureci durante esse tempo, e tenho condição de exercer essa função agora. Foi um momento ruim na minha carreira, acabar se machucando para qualquer atleta é horrível. Fiz esforço muito grande, me dediquei a isso, a estar na seleção brasileira defendendo meu país. Claro que queria estar melhor, totalmente 100%, como estou hoje, mas fiz meu máximo, fui em busca de tudo, e saio de cabeça de erguida. Lutei, busquei, tentei.

Sobre a fama de cai-cai

Quanto ao cai -ai, não tenho muito o que falar sobre isso, eu sou um jogador que pego a bola dez vezes, 11 vou para cima do adversário. Sou um cara rápido, um pouco mais leve, não vão me deixar passar sem dar uma porradinha. Acabei sofrendo muitas faltas, não era isso que eu queria. Aconteceu, é outro aprendizado que levo para mim, buscar melhorar a cada dia, dentro do campo, meu futebol, fora dele.

Reeconquistar a torcida

Acho que vou reconquistar jogando futebol, a responsabilidade é ainda maior, pela braçadeira, mas não adianta nada ter e não jogar meu futebol. Peço desculpas, perder é muito ruim, ainda mais o Brasil, que é o pais do futebol. Buscou, fez de tudo, não foi dessa vez, procura esquecer o que passou, temos um grande jogo amanha, a gente procura fazer um ótimo jogo.

Recuperar a confiança da torcida

Acho que vou reconquistar jogando futebol, a responsabilidade é ainda maior, pela braçadeira, mas não adianta nada ter e não jogar meu futebol. Peço desculpas, perder é muito ruim, ainda mais o Brasil, que é o pais do futebol. Buscou, fez de tudo, não foi dessa vez, procura esquecer o que passou, temos um grande jogo amanha, a gente procura fazer um ótimo jogo.

Recado para Marquezine e caso de amor com a bola

Acho que o maior prazer que tive com a bola foi ter conhecidop ela. Minha mãe me levou uma feira quando eu era criança, tinha um monte de brinquedo, atravessei e peguei a bola. Sou muito grato, é um objeto que sou completamente apaixonado. E aproveitando, mandando um beijo para minha mulher, beijo, meu amor. Não dá para você fazer essa pergunta e eu não mencionar ela né, depois chego em casa...

Ambiente da seleção e relação com os mais jovens

A gente fica leve, feliz de estar aqui. Você não sabe como eu fico feliz de ver isso, alguém de fora perceber que está tão leve o ambiente. Apesar de ter conquistado tantas coisas, a gente não esqueceu de onde a gente veio. Por isso as brincadeiras são sadias, a gente trazer os jovens, para deixar mais à vontade. Acho isso importante pra todo mundo.

Pressão na Copa America e olho em 2022

Acho que uma coisa positiva nossa, não é pensar daqui a quatro anos. A gente ta pensando nos EUA, em El Salvador. Nosso trabalho começa agora, não vai começar amanhã. Pensa no agora, em quatro anos não sei como vamos estar, quem vai estar aqui. É hoje. A Copa América óbvio que a gente vai encarar como Copa do Mundo, vamos para vencer, mas não podemos pensar nela agora. É daqui a um ano, é assim que tem que ser para vencer.

Ao longo do Mundial, a capitania da seleção foi ocupada por Thiago Silva, Miranda e Marcelo, em revezamento. Dos três, apenas Thiago está com a delegação nos EUA.

Para a partida, o comandante brasileiro decidiu armar um time titular experiente, com dez atletas que disputaram o Mundial. A escalação terá Alisson; Fabinho, Thiago Silva, Marquinhos e Filipe Luís; Casemiro, Fred, Coutinho; Neymar, Douglas Costa e Firmino.

O treinamento desta quinta, último antes da partida, foi aberto por apenas 15 minutos. Foi possível acompanhar o aquecimento, e ver que Tite repetiu a escalação que havia definido já nesta quarta.

O confronto contra os EUA será às 21h05, horário de Brasilia. Na sequência, a delegação viaja para Washington, onde irá enfrentar El Salvador no dia 11.