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Vídeo de soldados camaroneses executando 12 pessoas é divulgado na web

A divulgação das imagens ocorreu um dia depois do chefe do Governo Paul Biya ter admitido a autenticidade de outro similar

Por 7 segundos com Lusaweb 12/08/2018 15h03
Vídeo de soldados camaroneses executando 12 pessoas é divulgado na web
A divulgação das imagens ocorreu um dia depois do chefe do Governo Paul Biya ter admitido a autenticidade de outro similar - Foto: Divulgação

Um novo vídeo, que mostra a execução de uma dezena de pessoas por supostos soldados camaroneses, reacendeu hoje a polêmica sobre a atuação das forças armadas dos Camarões, frequentemente acusadas de violação dos direitos humanos.As imagens foram mostradas neste domingo (12) pela Anistia Internacional (AI), mas já circulavam nas redes sociais.

O vídeo de dois minutos mostra 12 homens sem armas sendo executados a tiros contra um muro e, segundo a AI, "é verdadeiro", tendo sido realizado na localidade de Agashishigasha, no norte dos Camarões, zona na qual as Forças Armadas combatem o grupo 'jihadista' Boko Haram.

Além de terem matado os 12 homens os soldados teria, supostamente, incendiado casas.

A divulgação do vídeo ocorreu um dia depois do chefe do Governo Paul Biya ter admitido a autenticidade de outro similar que mostra a execução sumária de duas mulheres -- supostamente terroristas, com os seus filhos.

O Governo ainda não emitiu, até ao momento, qualquer nota oficial.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) considerou na sexta-feira que os ataques terroristas do Boko Haram e Estado Islâmico "causaram uma larga e devastadora perda de vida, tiveram um impacto humanitário devastador, incluindo a deslocação de um grande número de civis na Nigéria, nos Camarões e no Chade, e representam uma ameaça para a estabilidade e a paz na África Central e Ocidental".

O órgão notou ainda "com particular preocupação o uso continuado pelo grupo radical Boko Haram de mulheres e moças como bombistas suicidas", o que considerou que "criou uma atmosfera de suspeição para mulheres, tornando-as alvo de assédio e estigmatização nas comunidades afetadas e de detenções arbitrárias pelas forças de segurança".