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Operação Valquíria, para eliminar Adolf Hitler, completa 74 anos

Tentativa fracassada de assassinato do ditador foi comandada por militares que atuavam também na Resistência Alemã; todos foram fuzilados por traição

Por Veja.com 20/07/2018 18h06
Operação Valquíria, para eliminar Adolf Hitler, completa 74 anos
Cena do local de tentativa de assassinato do líder nazista Adolf Hitler - Foto: Commons

A mais famosa tentativa de assassinato de Adolf Hitler aconteceu no dia 20 de julho de 1944, há exatos 74 anos. O plano para matar o ditador nazista ficou popularmente conhecido como Operação Valquíria. Porém, essa operação foi preparada inicialmente pelo próprio Exército alemão, em 1941, com o conhecimento e a aprovação do próprio Hitler. E tinha outro objetivo.

A Operação Valquíria original foi uma tentativa do governo do Terceiro Reich de se preparar para uma possível emergência. Era um plano de contenção para uma eventual revolta dos trabalhadores forçados estrangeiros, boa parte da força de trabalho da economia alemã durante a guerra.

Porém, o plano foi modificado e transformado em uma tentativa de assassinar Hitler e de tomada do poder por militares membros da chamada Resistência Alemã. Essa  organização, de caráter secreto e conspiratório, se opunha aos caminhos seguidos pelo nazismo. Entre os principais nomes da conspiração estavam os generais Henning von Tresckow e Friedrich Olbricht, que articularam o plano de atentado a bomba para matar Hitler.

Os militares também passaram a sabotar a verdadeira Operação Valquíria. Eles aliciaram soldados e outros membros do Exército nazista que eram fiéis à Resistência e estavam comprometidos com o plano original. O objetivo era conseguir apoio para que, quando Hilter estivesse morto, a Resistência pudesse tomar o poder na Alemanha.

A tentativa de assassinato aconteceu em 20 de julho, quando o ditador alemão se reuniu com membros de seu governo no Wolfsschanze (a “Toca do Lobo”, em alemão), o quartel-general nazista perto de Rastenburg, à época na Prússia Oriental e hoje território da Polônia.

A principal ação do atentado coube ao coronel Claus Schenk Graf von Stauffenberg. Ele levou consigo para o quartel-general uma maleta com explosivos, que posicionou ao lado de uma mesa à qual Hitler estava sentado.

O seu plano funcionou. A bomba explodiu, mas, apesar dos graves danos causados ao prédio, Hitler sofreu apenas alguns arranhões.

As suspeitas logo recaíram sobre Stauffenberg, que deixara a sala minutos antes da explosão. No dia seguinte, o coronel e todos os generais e oficiais envolvidos no plano de subversão foram sumariamente fuzilados.

Toda a execução foi filmada, a pedido de Hitler, para que ele pudesse assistir novamente quando sentisse vontade. Nos meses seguintes ao atentado, estima-se que mais de 7.000 alemães foram mortos ou enviados aos campos de concentração como forma de puní-los como  traidores do Terceiro Reich.

Essa não foi a única tentativa de assassinato planejada contra Hitler. O ditador sofreu pelo menos mais cinco ataques fracassados, entre eles outras duas tentativas de atentado com bomba.