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Vídeo: Policiais resgatam recém-nascida que foi enterrada pela própria avó

Mãe da criança disse que o bebê tinha nascido morto numa aldeia indígena

Por Paulo Marcello com OLivre 06/06/2018 14h02
Vídeo: Policiais resgatam recém-nascida que foi enterrada pela própria avó
Momento em que a recém-nascida é retirada do buraco - Foto: OLivre

Um vídeo que circula pelas redes sociais, nesta quarta-feira (6), mostra o emocionante resgate de policiais militares e civis a um bebê recém-nascido que fora enterrado vivo pela própria avó. O caso foi registrado nesta terça-feira (5), em Canarana (837 km de Cuiabá), capital do Mato Grosso.

Os policiais só localizaram o bebê após denúncia anônima, recebida às 20h20, que relatou que uma índia tinha dado à luz a uma menina, por volta do meio dia, e que ela teria sido enterrada aproximadamente às 16h, no terreno da aldeia, ao lado da casa da família.

Uma equipe da PM foi até o local indicado na denúncia e encontrou a avó do bebê, que confirmou ter enterrado a recém-nascida no quintal da casa e indicou o local. Ela afirmou que a bebê teria nascido morta, por ser prematura. Ainda segundo relato da avó, ela teria enterrado a neta às 14h e não comunicou a ninguém por se tratar de um costume da etnia.

Na busca pelo corpo do bebê, os policiais militares isolaram a área e acionaram a Polícia Civil para que a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) também fosse acionada. Após a chegada dos peritos e da localização do corpo enterrado, todos foram surpreendidos pelo choro do bebê, que indicava que ainda estava vivo.

Após conseguirem retirar a recém-nascida do buraco, num trabalho que emocionou a todos os policiais e peritos, o bebê foi encaminhado para o setor de urgência do Hospital Municipal de Canarana, onde foi atendido pelo médico de plantão que identificou duas suspeitas de fraturas no crânio. Após os primeiros socorros, a criança foi encaminhada para o Hospital Regional de Água Boa (741 km de Cuiabá).

Os policiais conversaram com a mãe da criança, que seguiu afirmando que o bebê tinha nascido morto. A avó contou aos policiais que o pai da criança não iria assumir o filho e já estava morando em outra aldeia com outra índia. A mãe e a avó da bebê foram detidas, sendo que a mãe precisou primeiro ser encaminhada ao hospital para receber atendimento médico.

As imagens mostram que todos os policiais se emocionaram ao conseguir salvar o bebê. Assista: 

 

A Polícia Judiciária Civil de Canarana deu início à investigação para apurar a ocorrência. Segundo a PJC, conduzidas à delegacia para esclarecimentos, a mãe, de 15 anos, e a avó da bebê contaram que a adolescente sentiu fortes dores (contrações) e foi ao banheiro sozinha, momento em que deu a luz a menina. Ao nascer, a criança teria batido a cabeça no vaso sanitário, ocasionando sangramento.

Os investigadores ainda trabalham com a possibilidade da participação de uma terceira pessoa (bisavó), que seria a responsável por enterrar a recém nascida. A investigada será ouvida tão logo localizada pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado Deuel Paixão de Santana, a Polícia Civil investiga todas as hipóteses para o caso, mas segue com enfoque em duas linhas de investigação. A primeira avalia o contexto cultural de algumas etnias indígenas da região do Xingu que tem por costume enterrar bebês por razões diversas como deficiências físicas, precocidade na idade da mãe, contexto familiar, etc. A PJC também avalia a possibilidade da família ter acreditado que a criança estivesse morta e por isso realizado o “sepultamento”.

O bebê segue internado em unidade hospitalar da região, com traumatismo craniano. Um policial de Canarana disse que a bebê apresenta um quadro clínico estável, somente com uma deficiência respiratória leve.