Polícia

Delegado Federal é assassinado após ter casa invadida

Por G1 e 7Segundos 07/05/2018 15h03
Delegado Federal é assassinado após ter casa invadida
Delegado Federal assassinado - Foto: Reprodução

O delegado da Polícia Federal Davi Farias de Aragão, de 36 anos, foi assassinado na noite do sábado (5) por três bandidos que invadiram sua residência para realizar um assalto, segundo a Polícia Civil. O crime foi em uma casa localizada na Avenida Principal, na Praia do Meio, no bairro Araçagi, localizado no município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. A ação foi no fim da festa de aniversário de cinco anos da filha do delegado.

Davi Farias de Aragão atualmente comandava a Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários no Maranhão. Os três assaltantes invadiram a residência por volta das 23h, a partir de uma casa vizinha que estava desocupada no momento. Eles pularam o muro e entraram na casa da vítima, sendo dois pelo quintal e outro pela lateral. Os bandidos chegaram a pé até o endereço e perceberam que havia movimento na casa quando um entregador deixou uma pizza pedida pelas pessoas na reunião familiar.

A vítima foi atingida por três disparos de arma de fogo no abdômen, além de facadas e teve algumas mordidas pelo corpo.

A polícia identificou o trio responsável pela morte do delegado como Davi Costa Martins, Wanderson de Morais Baldez e um terceiro identificado apenas como Leandro. Após o crime, Wanderson de Morais Baldez foi preso na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Luizão, na capital, quando procurou por atendimento médico. Segundo informações levantadas pela Polícia Civil no momento do crime houve luta corporal entre os três bandidos e o delegado.

De acordo com o delegado Jefrey Furtado, plantonista na Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a polícia deve caracterizar o crime como latrocínio (roubo seguido de morte), onde serão levados em consideração os elementos materiais já colhidos pela polícia e as testemunhas do crime.

À polícia Wanderson de Morais afirmou que o trio estava circulando pela região atrás de possíveis vítimas e após perceberem um movimento na residência onde estava o delegado, resolveram invadir. Ainda segundo as primeiras investigações, Davi Farias de Aragão teria sido alvejado após tentar ter o domínio de uma arma de fogo.

“Então os três indivíduos entraram na residência com uma arma tipo pistola, que depois viemos a saber que se tratava de um simulacro (arma de brinquedo). Eles anunciaram o assalto e começaram a subtrair objetos como relógios, celulares e bolsas na varanda. Em dado momento, eles resolveram entrar na residência, onde estavam as crianças, e neste momento os ânimos começaram a se exaltar. Em seguida os indivíduos entraram em luta corporal com o delegado Davi. A briga foi até o campo de futebol, quando o delegado foi atingido mortalmente por mais um disparo. A luta seria para ter o domínio de uma arma de fogo e nós não sabemos ainda se uma arma que estaria com os bandidos ou se a arma do delegado, uma pistola, que está desaparecida”, disse o delegado Jefrey Furtado.

Assaltante deveria estar sendo monitorado

A Polícia Civil informou ainda que Wanderson de Morais Baldez deveria estar sendo monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica já que responde por outro crime que não foi informado. Ao ser capturado pelos policiais, o assaltante não estava usando o equipamento.

Homenagens

O sepultamento do delegado foi realizado às 16h, no Parque da Saudade, no bairro Vinhais, em São Luís. Familiares, amigos e colegas de profissão prestaram as últimas homenagens a Davi.

Por meio de carta, a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão lamentou a morte do delegado que trabalhou por mais de 12 anos na corporação. A PF afirmou que continuará acompanhando o caso para o esclarecimento do crime e decretou luto de três dias.

Em nota, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) também lamentou a morte do delegado Davi Farias Aragão e afirmou que ele é mais uma vítima da violência que aflige a sociedade brasileira em que os profissionais de segurança vem se tornando alvos preferenciais. (leia abaixo a nota na íntegra).

NOTA DA POLÍCIA FEDERAL

“Com profundo pesar, a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão lamenta o trágico falecimento nesta data, 06 de maio, do Delegado de Polícia Federal DAVID FARIAS DE ARAGÃO, ocorrido durante assalto em sua residência localizada em São Luís/MA.

O estimado colega era natural desta capital, tinha 36 anos, era casado e tinha duas filhas. Ingressou na Polícia Federal há mais de doze anos, com atuação exemplar e comportamento louvável, coordenou várias operações policiais e contribuiu intensamente em ações de combate ao crime. Atualmente chefiava a Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários.

Logo após o crime, a Polícia Federal, em um esforço de todo seu efetivo, iniciou os trabalhos que já culminaram com a prisão de um dos três envolvidos no crime. O inquérito policial que apurará o latrocínio já foi instaurado e será conduzido pela Polícia Civil do Estado do Maranhão.

A Polícia Federal continuará envidando todos os esforços possíveis para colaborar na elucidação dos fatos e prisão dos criminosos, solidarizando-se com familiares, amigos e colegas de trabalho, lamentando profundamente o triste episódio que retirou, de forma precoce, a vida do policial que deixará imensa saudade no nosso convívio.

Fica estipulado luto na instituição pelo prazo de 3 dias.”

CASSANDRA FERREIRA ALVES PARAZI
Delegada de Polícia Federal
Superintendente Regional da SR/PF/MA

NOTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL

“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lamenta, com extremo pesar, a morte do Delegado de Polícia Federal David Farias Aragão, assassinado nesta madrugada, durante assalto em sua residência no Maranhão. Ele tentava proteger sua família da ação dos marginais quando foi atingido covardemente.

O Delegado Federal David Aragão é mais uma vítima da violência que aflige toda a sociedade brasileira, em que os profissionais de segurança vem se tornando alvos preferenciais.

A ADPF está acompanhando o caso com atenção para que os criminosos sejam capturados, julgados e punidos com todo o rigor da lei.

O Delegado David Aragão deixa esposa e duas filhas. Ele tinha 36 anos de idade e há doze vinha desempenhando suas funções de Delegado Federal com extrema eficiência e empenho. Trata-se de uma grande perda para a Polícia Federal e para o Brasil.”

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF