Comportamento

Violência afeta comércio em bares e empresários desistem de música ao vivo

Músico local lembra do auge nas décadas de 80 e 90

Por 7Segundos 09/03/2018 10h10
Violência afeta comércio em bares e empresários desistem de música ao vivo
Acusado de assinar mecânico no QG - Foto: Reprodução 7Segundos

Faltam estatísticas oficiais, mas é perceptível o aumento significativo dos casos de confusões generalizadas e de violência nos bares de Arapiraca. Em função disso, muitos clientes se afastam e os estabelecimentos fecham as portas. No último dia 04, pancadaria e quebra-quebra encerraram um show musical produzido em um bar, no bairro Eldorado. Vídeos que circulam em redes sociais mostram a violência e o pavor de clientes que fogem do local durante a briga generalizada, com direito a quebra-quebra de garrafas e trocas de socos. 

Em entrevista ao 7Segundos, o cantor e compositor Lourenzo Rocci, que iniciou sua carreira nos bares de Arapiraca, faz um comparativo do cenário musical nos anos 80 e 90 com a atualidade e se perde nas contas da quantidade de bares que existiam à época. Entre os bares com música ao vivo, o artista lembra os famosos: Califórnia, Canteiros, Aconchego, Barela, Barbuche, Meia Lua, Choperia Aconchego, Espaço Verde, Palhoça do Barela, Aconteceu Bar, Coração de Estudante, Bar Lá em Casa, entre outros.

"Iniciei minha trajetória musical no melhor momento cultural da cidade do estado do país, musicalmente falando. Arapiraca tinha diversão e trabalho para os músicos. Era nos anos 80 e 90, depois a noite de Arapiraca foi acabando, e hoje em dia resta uns três ou quatro barzinhos. Como eu queria voltar no tempo", lembra. 

Para Lourenzo Rocci, os principais motivos que têm acarretado na diminuição de clientes e no fechamento dos estabelecimentos são o repertório musical, as reclamações da vizinhança devido ao som alto, a falta de estrutura e a onda crescente de violência que resultou em alguns assassinatos, como o caso do QG Arapiraca, em 2014. "Infelizmente, a cidade deixou de ser aquele ambiente que a gente ia relaxar, ouvir uma boa música e conversar com amigos", relata.

Atualmente o artista se apresenta em Arapiraca duas vezes ao mês. "Eu sempre fiz ponte Arapiraca-Maceió desde quando comecei a tocar, só que era ao contrário, eu cantava muito em Arapiraca e pouco em Maceió por não ter agenda, daí as coisas foram se invertendo e vim morar em Maceió. Hoje canto praticamente a semana inteira aqui", conta.

Para Lourenzo Rocci, a educação musical, de acordo com o ambiente e a proibição da execução de músicas que incitem a violência, prostituição e traição são os primeiros passos para evitar os tumultos. "Mesmo que a grande mídia insista em alienar o povo, nós que fazemos música com seriedade, temos o dever de oferecer o melhor para o público, tanto músicos quanto donos de bares", finaliza.

Relembre casos de violência em bares de Arapiraca

QG Arapiraca
Uma discussão causada por uma 'cantada' em uma mulher casada acabou em tragédia no dia 22 de junho de 2014, no QG Arapiraca, situado na Avenida Governador Luiz Cavalcante, no bairro Alto do Cruzeiro. Flávio José dos Santos, 19 anos, foi morto com um tiro no rosto. O assassino foi identificado como Jonatas Barbosa de Souza, 29, filho do Sargento da reserva conhecido como Barbosa. Em agosto do mesmo ano, o estabelecimento fechou suas portas. À época, a reportagem do 7Segundos foi até o local e o encontrou de portas fechadas e com placa de aluga-se. 

Após quatro anos, assassinato decreta o fechamento do Bar QG em Arapiraca

Primeiro Sertanejo do Ano
O que era para ser uma noite de festa acabou em confusão no dia 4 de fevereiro de 2017, no estacionamento do Arapiraca Garden Shopping. O Primeiro Sertanejo do Ano promovido pela Farra Chique Entretenimento, que reuniu artistas nacionais como Luan Estilizado, Matheus & Kauan, Pedrinho Pegação e Wallas Arrais, foi marcado por centenas de críticas e queixas em grupos do WhatsApp.

Internautas enviaram vídeos e áudios à reportagem do 7Segundos reclamando da falta de organização do evento, do minímo de segurança e das confusões do público no encerramento do evento. “O pessoal que organiza esses shows não tem responsabilidade de administração de festas. Aqui já não tem festa e quando tem é desse jeito com violência e quebra-quebra", desabafou um internauta.

Show termina em quebra-quebra e confusão no estacionamento do Arapiraca Garden Shopping

Escritório Bar 
Pancadaria e quebra-quebra encerraram um show musical produzido em um bar, no bairro Eldorado, em Arapiraca. O tumulto ocorreu na noite do domingo (04) e ainda não há saldo oficial de feridos e detidos. Vídeos que circulam em redes sociais mostram a violência e o pavor de clientes que fogem do local durante a briga generalizada, com direito a quebra-quebra de garrafas e trocas de socos. Mesas e cadeiras também foram utilizadas durante a confusão e acabaram destruídas.

Pancadaria e quebra-quebra encerram show em bar de Arapiraca