Política

"Depende do apoio à reforma da Previdência", diz Ministro sobre financiamento ao Nordeste

Por O Globo e 7Segundos 27/12/2017 20h08
'Depende do apoio à reforma da Previdência', diz Ministro sobre financiamento ao Nordeste
Marun - Foto: Divulgação

Governadores do Nordeste divulgaram nesta quarta-feira uma nota conjunta com contestações à suposta fala do novo ministro da articulação política da Presidência da República, Carlos Marun. Os chefes dos Executivos estaduais da região manifestaram “profunda estranheza com declarações”, em que Marun condiciona a liberação de financiamentos na Caixa Econômica Federal ao apoio à reforma da Previdência.

“Protestamos publicamente contra essa declaração e contra essa possibilidade, e não hesitaremos em promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme”, diz a nota.

A nota foi assinada por governadores de sete dos nove estados da região. De acordo com o governo do Ceará, os chefes dos Executivos de Sergipe e Rio Grande do Norte não se manifestaram. O grupo considera que a condição imposta pelo ministro é um ato arbitrário e cobra uma posição do presidente Michel Temer em relação ao seu subordinado.

“Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis. Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de coibir práticas inconstitucionais e criminosas”, conclui o comunicado.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que não irá ceder à condição imposta pelo ministro para obter empréstimo.

Planalto nega

Assessores do Palácio do Planalto negam ter recebido a nota e afirmam que Marun só deve se pronunciar quando tiver em mãos o documento, com as assinaturas dos governadores.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), chamou de "inaceitável" a fala do ministro. Ele ainda prometeu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) caso financiamentos sejam prejudicados por eventuais posicionamentos em relação à reforma previdenciária.