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Mãe arapiraquense faz apelo para salvar vida de bebê com patologia cardíaca

Por 7Segundos 04/12/2017 12h12
Mãe arapiraquense faz apelo para salvar vida de bebê com patologia cardíaca
Mãe faz apelo para salvar vida de bebê com patologia cardíaca - Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de todos os avanços na área de cardiologia pediátrica em Alagoas, alguns procedimentos ainda não são realizados no Estado, como é o caso dos cuidados que irão precisar a pequena Maísa, ainda no ventre da mãe e que faz um apelo aos órgãos públicos para salvar a vida da filha.

A servidora pública Valdice Félix de Oliveira, de 36 anos, vive sua primeira gravidez e já sente as aflições de uma mãe. No quarto mês de gestação ela descobriu que sua bebê sofria de uma patologia cardíaca rara e grave. Durante uma consulta de pré-natal, através do exame de ultrassom morfológico, seguido de ecocardiograma fetal mostraram que Maísa sofre com a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE).

O problema é grave e tem altas taxas de mortalidade.

Os médicos que acompanham a gestação de Valdice comunicaram que a bebê não poderia nascer em Arapiraca, cidade onde Valdice reside, porque as unidades de saúde do município não oferecem condições para os cuidados necessários à Maísa após seu nascimento.

Valdice começou uma peregrinação por órgãos públicos da cidade e da capital, no intuito encontrar o local mais seguro para o nascimento de sua filha. Unidades como a Santa Mônica, especializadas em partos de risco, e o Hospital do Coraçãozinho, especializada em patologias cardíacas infantis, também não oferecem o suporte necessário para manter a bebê viva. Estas unidades podem apenas prolongar a vida da menina por alguns dias, após realizaram procedimento acompanhado de medicação. Mesmo uma transferência após o parto traria risco a bebê e diminuiria suas chances de sobreviver.

A mãe de Maísa alega que já buscou órgãos como Defensoria Pública de Arapiraca, o Tratamento Fora de Domicílio (TFD) - através da Secretaria de Saúde -, a Prefeitura de Arapiraca, o Ministério Público e até Organizações Não Governamentais, mas o altíssimo valor do tratamento e dificuldades técnicas e burocráticas têm freado o socorro adequado.

“É uma luta contra o tempo. O defensor daqui (Arapiraca) está afastado e temos um disponível de 15 em 15 dias. O TFD diz que meu caso seria o primeiro em Arapiraca de um pedido de transferência para paciente ainda não nascido e como não há precedentes temos esbarado na burocracia e o caso não sai do lugar, e assim o tempo vai passando. Já estou entrando no sétimo mês. Meu pedido é um pedido de socorro! As chances de a minha filha sobreviver se ela nascer em um hospital de referência são bem maiores e preciso dar a ela a chance e o direito de sobreviver,” relata emocionada a mãe da Maísa.

A Defensoria de Arapiraca negou que Valdice tivesse entrado em contato com o órgão da cidade, informando que ela teria tratado o assunto com a Defensoria da União.

É também de Valdice a informação de que ela não sabe ao certo o valor do tratamento, mas em uma conversa com o pai de uma bebê que nasceu na Santa Mônica em julho deste ano, com a mesma patologia, é de que em Porto Alegre o valor do tratamento é de R$ 96 mil por semana. O pai disse ainda que conseguiu a transferência dias depois do nascimento da filha e que em razão do tempo para transferência as chances da bebê diminuíram e ela acabou falecendo no mês passado. Em pesquisas pela Internet, Valdice se deparou com o custo de mais de um milhão de reais em São Paulo.

“Toda ajuda é bem-vinda. É um tratamento bem complicado. Se conseguirmos por meio dos órgãos competentes ainda vou precisar de dinheiro para despesas porque minha passagem será apenas de ida. Não sei quanto tempo ficaria fora, mas meu apelo não é por dinheiro, meu socorro é pelo tratamento da minha filha. Inclusive para viajar algumas empresas aéreas só permitem até a 36ª semana, por isso meu desespero, ” explicou a mãe.

Maísa deve fazer pelo menos três cirurgias. A primeira delas no segundo ou terceiro dia de vida; a segunda quando ela tiver idade entre quatro e seis meses; e a terceira antes de completar dois anos de idade.

Para informações sobre o caso da pequena Maísa ou qualquer ajuda, o leitor deve entrar em contato através do telefone de Valdice: (82) 99946-4929.

Doações podem ser feitas através de uma conta na Caixa Econômica Federal: Agência 056/ Operação 001/ Conta 00022981-8.