Política

Célia Rocha revela arrependimento por abandono do mandato de deputada federal

Ex-prefeita de Arapiraca avalia que decisão foi equivocada

Por Fernando Vinícius/7 Segundos 27/10/2017 23h11
Célia Rocha revela arrependimento por abandono do mandato de deputada federal
Célia Rocha termina mandato fazendo balanço positivo - Foto: Assessoria

Uma decisão equivocada, motivada por interesses de grupo político. Com estas palavras, a ex-prefeita Célia Rocha definiu para o 7 Segundos como vê hoje o abandono do mandato que conquistou, com mais de 124 mil votos, nas eleições de 2010 para a Câmara Federal.

Colocada na linha de sucessão do então prefeito Luciano Barbosa e sentindo-se pouco à vontade em Brasília, principalmente por ter que seguir decisões de bancada – conforme revelou na entrevista exclusiva -, Célia Rocha avalia que sua permanência na capital federal poderia ter gerado mudanças na representatividade política alagoana no Congresso Nacional.

“Analisando criticamente, hoje, eu acho que deveria ter ficado, a decisão de voltar foi equivocada. As pessoas de Arapiraca me deram mais de 63 mil votos, eu fui a segunda mais votada de Alagoas, o Estado me deu um recado: eu quero você deputada federal”, explica sobre a missão que recebeu e não cumpriu integralmente.

Fortalecimento político de Arapiraca

Para Célia Rocha, Arapiraca tem que se fortalecer politicamente. “Esta cidade representa muito para o estado de Alagoas, é a metrópole de uma região, então tem que ter senador, tem que ter deputado federal”, afirmou aos repórteres Jânio Barbosa e Fernando Vinícius, ainda comentando os reflexos de sua saída de Brasília.

Sem a ex-vereadora e ex-prefeita na função de deputada federal, Arapiraca voltou a ficar órfã de representação parlamentar em Brasília.

Com a mesma sinceridade que admite o erro que avalia ter cometido e o desgaste que causou à sua imagem, Célia Rocha assume ser candidata a deputada estadual, descarta que irá concorrer para cargo federal e fala do problema de saúde que lhe afastou da política ao ser questionada, pela primeira vez - conforme frisou - sobre uma eventual repetição da atitude que tomou em 2012.

“Primeiro que eu tinha um vigor físico pleno”, frisa logo no início da resposta sobre como se sentia em 2010, para emendar que chega aos 65 anos de idade com um problema no sistema imunológico que exige maiores cuidados com a própria saúde.

Prefeitura e Câmara Federal

“Eu não teria condições de enfrentar outra vez uma candidatura a federal porque vai exigir de mim um esforço muito maior”, completou, descartando ainda nova candidatura à prefeita de Arapiraca. Ela também dá a entender que não tentou a reeleição por conta dos problemas de saúde que supera, com muita fé e entusiasmo, e porque acredita que pode se destacar na Ale.

“Eu acho que faria a diferença numa assembleia legislativa e tenho vontade de dar essa contribuição ao meu estado”, afirma a presidente do diretório estadual do Partido Trabalhista Cristão (PTC), sigla cujo cacique maior em Alagoas é o senador Fernando Collor.

Por outro lado, Célia Rocha declara que não está acompanhando o desempenho dos deputados estaduais de perto, mas aposta nos seus 31 anos de vivência política para lhe credenciar a uma vaga na Casa Tavares Bastos.

Ela disse ainda que pretende levar ao plenário da Ale debates de questões de interesse estadual e nacional e também situações do cotidiano do povo,

Nem situação, nem oposição

“Isso não significa ser situação ou oposição, significa chamar a população para participar”, resume, convocando “pessoas boas, de bom senso e sérias” para colaborar com o processo de transformação da sociedade, antídoto que propõe para a crise ética, política e financeira que atravessamos, ainda que o remédio sugerido não seja de efeito imediato.

Firme em seu propósito de conquistar uma cadeira na Ale, a ex-prefeita surpreende novamente, antecipando publicamente a data de sua aposentadoria política.

“Se eu tiver um mandato de deputada estadual, eu termino minha carreira com 70 anos de idade e aí vou curtir meus netinhos”, diz Célia Rocha, visivelmente emocionada ao falar sobre a necessidade de nutrir laços familiares, relação que a política lhe impediu viver, de forma plena, com suas filhas, como deixou claro na entrevista realizada nessa sexta-feira (27).

Educação emocional

Ao mesmo tempo em que inicia as articulações visando a campanha de 2018, Célia Rocha apresenta mais uma novidade: faz estudos aprofundados sobre educação emocional, fascinada com as descobertas que tem feito sobre como lidar com nossas emoções básicas e tirar proveito disso para aprimorar a convivência entre pessoas.