Educação

Reitora da Ufal defende transporte universitário em reunião com prefeitos

Número de alunos de baixa renda aprovados em cursos de nível superior cresceu

Por 7 Segundos Arapiraca com Ufal 19/10/2017 16h04
Reitora da Ufal defende transporte universitário em reunião com prefeitos
Reitora da Ufal mostrou a necessidade de transporte em reunião na AMA - Foto: Assessoria

A reitora Valéria Correia pediu o apoio dos prefeitos para manter o transporte universitário durante reunião realizada na sede da Associação de Municípios Alagoanos (Ama).

Na ocasião, Correia apresentou dados sobre o perfil socioeconômico dos estudantes de graduação no Brasil, além de informações sobre os discentes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para reforçar a importância da manutenção do apoio dos municípios na mobilidade estudantil.

A porcentagem de estudantes nas universidades públicas brasileiras com renda per capita de até um salário mínimo e meio passou de 3% para 32%, de 1996 a 2014.

É o que diz a 4ª Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras, organizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace), apresentada durante a reunião da Ama.

A reitora mostrou ainda dados sobre o processo de expansão das universidades públicas brasileiras. “A Ufal mais que duplicou o número de vagas com o processo de interiorização. Temos hoje 99 cursos de graduação, 41 mestrados e 14 doutorados bem conceituados. São mais de 30 mil estudantes e nos preocupamos com a permanência deles na Universidade”, explicou.

Apesar da existência do Programa Nacional de Assistência Estudantil, em vigor desde 2010, os recursos são insuficientes para atender a demanda. “Cada vez mais, filhos de trabalhadores e trabalhadoras estão tendo a oportunidade de realizar o curso superior, entretanto os recursos da Assistência Estudantil não têm aumentado, principalmente no último ano”, explicou.

Outro estudo apresentado foi o relatório de estudantes da Ufal, que traz uma noção do fluxo de deslocamento dos alunos entre os municípios alagoanos, registrados a partir de dados disponíveis no SieWeb questionário feito com todos os estudantes matriculados em cursos de graduação presencial no primeiro semestre de 2016.

Em Maceió, mais de 13 mil moram na capital e estudam no campus sede, mas 615 são do município de Rio Largo, 277 de São Miguel dos Campos e 265 de Arapiraca. “Isso é uma amostra, pois muitos não informaram o endereço completo ou esquecem de registrar o município, mas já são números significativos que expressam a necessidade do transporte para a mobilidade estudantil”, completou Correia.

Representando a Controladoria-Geral da União (CGU), Sérgio Studart elogiou o estudo apresentado pela reitora durante a reunião da Ama, reforçando que isso é apenas a ponta do iceberg, porque ainda existem as informações sobre os alunos das universidades privadas. “Estou impressionado. Isso é realmente um trabalho necessário para que se possa tomar uma decisão. Não é possível fazer nenhum planejamento sobre transporte ou qualquer outra coisa sem informação. Esse tipo de estudo nos mostra qual o problema para assim correr atrás da solução. Foi muito adequado e pertinente”, elogiou.

Transporte e moradia

A evasão, segundo Valéria, acontece principalmente pela falta de condições de permanência dos alunos na Universidade. “O transporte é hoje uma condição que os senhores e senhoras podem dar para a juventude dos seus municípios porque o processo de formação desses estudantes vai garantir o sonho deles e delas e também o retorno para o município com o acesso ao ensino superior”, afirmou.

Complementando o pedido da reitora, a deputada Jó Pereira convidou os presentes na reunião para a Audiência Pública da próxima segunda-feira (23), que discutirá o transporte e moradia estudantil: permanência e êxito acadêmico.

“Nossa preocupação é discutir a problemática de maneira ampla e ver que a dificuldade não é só do município de Campo Alegre ou Coruripe, mas uma dificuldade que precisa ser compartilhada para dividir a solução dos problemas”. Segundo a deputada, a discussão conjunta poderia culminar, inclusive, com a oferta de moradia compartilhada entre vários municípios, o que ajudaria os estudantes e diminuiria os riscos de acidentes no percurso.

A reunião foi finalizada com o agradecimento da reitora Valéria Correia pela oportunidade de expor o problema e parabenizou os prefeitos que apoiam e disponibilizam o transporte para os estudantes. “Esse é um investimento importante. Meu apelo de solidariedade é que, mesmo nessa crise, se priorize o presente e o futuro da juventude”, reforçou.