Alagoas

Vazão do São Francisco atinge o menor patamar histórico, alerta Renan Filho

Governador faz apelo para a necessidade de revitalizar o 'Velho Chico'

Por 7 Segundos Arapiraca com Agência Alagoas 14/09/2017 14h02
Vazão do São Francisco atinge o menor patamar histórico, alerta Renan Filho
Rio São Francisco em trecho do município de Piranhas - Foto: Márcio Ferreira/Agencia Alagoas

A viagem pelas águas do São Francisco - "Na Rota dos 200 Anos" - teve início na manhã desta quinta-feira (14) em Piranhas, a 283 km de Maceió. À margem do "Rio da Integração Nacional", o governador Renan Filho afirmou que é necessário um esforço conjunto no sentido de revitalizar o Velho Chico. Ele alertou que a vazão do Rio encontra-se em seu menor patamar histórico, abaixo de 600 metros cúbicos por segundo.

"Nas comemorações dos 200 anos de Alagoas, no Bicentenário, vamos iniciar uma descida do São Francisco para todos juntos, membros do Governo do Estado, sociedade civil organizada, as cidades ribeirinhas, promovermos uma defesa da revitalização do Rio, tão importante ambientalmente, economicamente e socialmente para o Nordeste e para o Brasil", declarou Renan Filho.

Na programação do Bicentenário será promovido em Penedo, nesta sexta-feira (15), um ato em defesa do São Francisco, proposto por Renan Filho. O encontro acontece na Casa de Aposentadoria, a partir das 10h30, e reunirá os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara; de Sergipe, Jackson Barreto; e da Bahia, Rui Costa.

"Será um ato de cobrança de posições novas e de trabalho no sentido de revitalizar o Rio no âmbito federal e também de colocar aquilo que os Estados podem fazer pra que a gente não viva o colapso do São Francisco. A vazão está no seu menor patamar histórico, abaixo de 600 metros cúbicos de água por segundo. Isso dificulta a vida das cidades ribeirinhas, dificulta ambientalmente o equilíbrio da região, de maneira que revitalizar o São Francisco é garantir o desenvolvimento do Semiárido nordestino, qualidade no abastecimento de água das cidades ribeirinhas, inclusive para grandes cidades, a exemplo de Aracaju, que é 100% abastecida pelas águas do Velho Chico e passa, neste momento, muita dificuldade", declarou Renan Filho.

O deputado estadual Inácio Loyola, que participa da viagem pelo São Francisco, classifica a situação de degradação do Velho Chico como o maior problema ambiental, social e econômico a ser resolvido no País. Ele afirma que todo e qualquer rio começa a morrer pela foz e que este é o caso do São Francisco, “um paciente que agoniza há décadas e que se encontra em coma”.

"Para se ter uma ideia, o São Francisco é responsável por 95% da geração de energia da Chesf, por 75% do potencial hídrico do Nordeste, por 300 mil hectares de projetos de irrigação ao longo de sua bacia hidrográfica; é responsável pelo abastecimento de água de várias e várias cidades de Minas Gerais, Bahia, de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É responsável pelo turismo, pelo escoamento da produção. Ou seja, deixando de existir o São Francisco, deixa de existir o Nordeste", avaliou Loyola.

O deputado lembrou ainda que, enquanto a vazão do São Francisco encontra-se abaixo de 600 metros cúbicos por segundo, o nível estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que haja equilíbrio é de 1650 metros cúbicos por segundo.

"Se não chegar na foz uma vazão de 1.650 metros cúbicos por segundo, em vez de o Rio adentrar o mar, o mar adentra o Rio. Isso já está acontecendo. Qualquer rio começa a morrer pela sua foz. Eu defino o São Francisco como um paciente que vem há anos na UTI e evidentemente a situação dele é crítica, já se encontra em coma. O que importa neste momento é toda a classe política, todos os segmentos da sociedade nordestina se irmanar no sentido de levantarmos essa bandeira que é a revitalização do São Francisco", disse Loyola.

A viagem pelo São Francisco acontece por meio de catamarãs e percorrerá cerca de 100 quilômetros até Penedo. Acompanham a caravana secretários estaduais, prefeitos das cidades ribeirinhas, representantes da sociedade civil organizada, dentre outras autoridades.