Saúde

Sesau assegura equoterapia para alagoanos com deficiência

Mensalmente 816 pacientes buscam os serviços em seis instituições credenciadas

Por Assessoria 07/08/2017 13h01
Sesau assegura equoterapia para alagoanos com deficiência
Saúde pública assegura equoterapia para alagoanos com deficiência - Foto: Olival Santos

Quando João Gabriel Alves, 18 anos, sobe no cavalo Arizona, durante as sessões de equoterapia, mantidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), todos os profissionais que trabalham na Associação de Equoterapia Maria Benedita de Sá, em São Miguel dos Campos, elogiam o rapaz. Isso porque, mesmo com paralisia cerebral, ele monta sozinho, mostrando muita habilidade e ligação com o animal.

“O João faz acompanhamento com terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogos e psicopedagogo, desde 2009. Antes de fazer o tratamento, ele andava bem corcunda, não tinha uma boa coordenação nos movimentos e a parte intelectual estava comprometida”, relatou a mãe do garoto, Josane Alves Santos, 42 anos.

“Com o passar do trabalho feito por todos os profissionais da associação, nós percebemos uma grande evolução do João, o andar dele é mais ereto, o equilíbrio dele está muito melhor. Sem falar da parte intelectual do meu filho, que está cursando o sexto ano na escola Municipal Desembargador José Fernando Lima Souza e interage muito bem com todos no colégio”, disse.

De acordo com Cícero Argolo, coordenador da Associação de Equoterapia Maria Benedita de Sá, que recebe recursos da Sesau, a equipe garante o atendimento para 60 pacientes que residem em São Miguel dos Campos e de outras duas cidades. “Os profissionais também prestam um serviço para a população que reside nos municípios de Boca da Mata e Coruripe, atendendo pacientes com autismo, paralisia cerebral e Transtorno de Déficit, Atenção e Hiperatividade. Nós somente conseguimos colocar em prática o tratamento para a população pela verba destinada mensalmente pela Sesau”, afirmou o coordenador.

João Gabriel Alves está entre os 816 pacientes que têm acesso ao tratamento de equoterapia garantido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Além da associação de São Miguel dos Campos, outras cinco instituições estão credenciadas para receber recursos provenientes do governo do Estado.

Mais de 3 mil sessões

No total são asseguradas 3.264 sessões para os pacientes com alguma deficiência física em quatro municípios, Maceió, Arapiraca, São Miguel dos Campos e Penedo, sendo referência para cidades próximas. Renata Bulhões, supervisora da pessoa com deficiência da Sesau, explica a importância desse tratamento para as pessoas que possuem algum tipo de deficiência.

“A equoterapia é destinada para os pacientes que têm paralisia cerebral, síndrome de Down, autismo, hidrocefalia, pois a marcha do cavalo é tridimensional e simula o andar dos humanos com benefícios enormes na parte física com a melhora mobilidade, postura e tônus muscular”, disse a supervisora.

Sobre as atividades desenvolvidas na associação Benedita de Sá, Gabriele Mendes Rocha fala sobre abordagem multidisciplinar feita pela equipe buscando o desenvolvimento dos pacientes com deficiência ou necessidades especiais. “Além dos benefícios físicos que a terapia pode trazer para os pacientes, o cavalo também é utilizado como instrumento terapêutico, deixando-os mais sociáveis e mudando o comportamento deles, por meio da convivência com o animal. Como parte do tratamento os pacientes fazem exercícios que vão além da montaria, com banho, escovação, alimentação do cavalo e com a estimulação sensorial, por meio do toque”, explicou a fisioterapeuta.

São essas técnicas que a profissional faz com a pequena Flor, Maria Nathalia da Silva, 7, que nasceu com hidrocefalia, e começou o tratamento quando tinha apenas três anos. “Quando a Flor iniciou a equoterapia, ela não tinha equilíbrio e não conseguia sustentar a cabeça. Agora a Nathalia está muito diferente consegue falar algumas coisas, sempre se movimentando e não consegue ficar parada em casa”, contou Rejane da Silva, mãe da menina.