A política de integração das forças policiais do Estado por meio dos Centros Integrados de Segurança Pública (Cisps) tem dado certo em Alagoas. Nos quatro primeiros municípios que receberam as unidades já houve redução de homicídios e roubos, além da elevação do número de armas apreendidas.

“Desde o início de sua gestão, Renan Filho estabeleceu a integração das polícias como uma das diretrizes de governo e vem cobrando que isso seja uma realidade. Foi um grande passo, uma estratégia diferenciada, para que alcançássemos essa redução da violência. A integração fortalece o Estado e melhora o planejamento operacional”, destacou o chefe da SSP, Lima Júnior.

O acesso da população ao atendimento pelas polícias Civil e Militar também foi facilitado e registrou crescimento da procura, mostrando que os centros garantem mais cidadania e segurança aos cidadãos do interior de Alagoas. As constatações foram obtidas por meio de levantamento do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).

Com o levantamento concluído em fevereiro deste ano, as primeiras quatro unidades, inauguradas em datas distintas, tiveram período comparativo diferenciado.

Boca da Mata teve o primeiro Cisp inaugurado em dezembro do ano passado e, após uma análise realizada durante os 69 dias que antecederam a inauguração e igual período após a implantação da unidade, a SSP verificou que o número de homicídios, tecnicamente chamados de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), caiu de seis casos para um. Já em Murici, a média caiu de quatro homicídios para três com a chegada do Cisp, também inaugurada em dezembro de 2016. O período de análise foi de 49 dias antes e depois da implantação do centro.

A unidade de São José da Tapera, por sua vez, foi monitorada entre os 45 dias que antecederam sua inauguração e o mesmo período após os serviços serem colocados à disposição da sociedade. Lá, o número desse tipo de crimes se manteve durante o período de avaliação da SSP. A unidade foi inaugurada em dezembro de 2016 e registrou apenas uma morte violenta desde o início de seu funcionamento.

Em São José da Lage teve o estudo comparativo feito durante 60 dias, sendo 30 referentes ao período antes da inauguração, e a outra metade à pós- implantação do centro na cidade. A Zona da Mata alagoana não registrou assassinato desde a inauguração da unidade integrada, em janeiro de 2017. Nos 30 dias que antecederam a implantação, a Segurança Pública havia contabilizado duas mortes violentas.

Outros crimes

O trabalho integrado das polícias alagoanas também reduziu, nos quatro municípios, a média de roubos e furtos, chamados de Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP). Em Boca da Mata, a média despencou de 12 para seis. No município de Murici, o número caiu de 14 para 11. Já em São José da Laje, houve redução de dois para um. Apenas em São José da Tapera a média aumentou de cinco casos para seis.

Além disso, o porte ilegal de armas, que é crime previsto no ‘Estatuto do Desarmamento’, houve uma média geral, calculada com números dos quatro municípios, foi elevada de duas para 18 armas apreendidas.

Em Boca da Mata, o número de armas apreendidas saltou de zero para sete. No município de Murici a média saiu de zero para cinco. Na cidade de São José da Laje, a análise aponta elevação de zero para quatro. Em São José da Tapera, a média de duas armas apreendidas em 45 dias se manteve após a inauguração, em dezembro de 2016.

Atendimento policial facilitado

Um dos ganhos mais expressivos conquistados pela população com a integração do trabalho das polícias em um único espaço é o acesso facilitado aos serviços das instituições. Em Boca da Mata, o número de inquéritos policiais saltou de um para dez após a inauguração do Cisp. Crescimento significativo também foi contabilizado em São José da Lage, onde a média saiu de quatro para dez. Em São José da Tapera, o número de quatro inquéritos se repetiu. Apenas em Murici o número de inquéritos registrados caiu de 17 para dez.

Os registros de boletins de ocorrência (BO) e termos circunstanciados de ocorrência (TCO) também aumentaram. Boca da Mata contabilizou elevação de 46 para 106 BO’s, já a média de TCO’s saiu de zero para nove. São José da Laje registrou um aumento no número de boletins, de 28 para 60, e o de termos de um para 15. Na cidade de São José da Tapera, a média de BO’s passou de 52 para 57. Já em Murici, o Cisp constatou aumento de seis para oito no número de TCO’s, já o número de boletins caiu de 150 para 114.

Até o final da gestão, em 2018, pelo menos 20 unidades integradas serão entregues. O investimento total será de R$ 72 milhões. As prefeituras das cidades contempladas colaboram com a doação de terreno para construção dos centros. Os próximos municípios a serem contemplados são: Ouro Branco, no Sertão, e Cajueiro, na Zona da Mata. Girau do Ponciano teve a Cisp inaugurada na última sexta-feira (24).