Arapiraca

Audiovisual: prêmio de incentivo aprova quatro obras arapiraquenses

Por Assessoria 23/11/2016 14h02
Audiovisual: prêmio de incentivo aprova quatro obras arapiraquenses

Com claros sinais de desenvolvimento nos últimos anos, a produção audiovisual arapiraquense deu um grande passo com aprovação de quatro projetos no Prêmio de Incentivo à Produção Audiovisual de Alagoas. O certame promovido pela secretaria estadual de cultura divulgou seu resultado na última segunda-feira (21), selecionando 21 projetos entre curtas, telefilmes e longas-metragens.

Vieram da capital do Agreste a ficção Besta Fera, de Wagno Godez, o documentário Nas Quebradas do Boi, de Igor Machado, além da ficção Bagaço e do telefilme Moto-perpétuo, ambos de Leandro Alves. Olhe para Mim, um dos dois longas-metragens selecionados no edital, também é dirigido por um arapiraquense, o cineasta Rafhael Barbosa, radicado em Maceió há 11 anos.

Moto-perpétuo, que receberá o valor de R$ 300 mil para sua realização, é uma produção da Zóio Comunicação, empresa que atua no mercado há oito anos e tem desenvolvido um expressivo currículo  de projetos  relacionados a arte e a cultura em  Alagoas. Entre suas produções estão criações para o Memorial da Mulher de Arapiraca; para o projeto o local Agenda 21, parceria do município com o governo federal; à Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho, à O.N.G Candeeiro Aceso e para a Prefeitura de Arapiraca, entre outros.

Com Moto-perpétuo, a Zóio dá um passo na direção do mercado de cinema e televisão. Diretor da produtora, o jornalista e produtor cultural Marcelo Amorim expressa o sentimento de aprovar um projeto tão significativo. 



“Estamos felizes por esta conquista. Certamente envolvidos em um momento de crescimento e fortalecimento do audiovisual alagoano, que cada vez mais desponta com novos nomes e com trabalhos mais aprimorados de produtores já reconhecidos em mostras e festivais pelo Brasil, como Rafhael Barbosa e Werner Sales. Para nós que fazemos a Zóio Comunicação o momento também é de crescimento e aprendizado. Novos desafios proporcionados em parceria com o poder público e com criadores que tenho admiração pelo que são, a exemplo do companheiro Leandro Alves. E que venham novos e bons filmes pela frente”.

SOBRE O PROJETO

Sinopse:
Moto-perpétuo é um filme sobre invenções. No centro da narrativa há a história de Miguel Vieira da Silva, aposentado alagoano de 83 anos, que há 15, alimenta o sonho de ver funcionar seu moto-perpétuo, a utópica máquina de giro infinito cobiçada por visionários desde Leonardo Da Vinci.

Mas Moto-perpétuo é também um filme sobre a invenção de um filme. Uma fábula que irá inspirar outros inventores. Em seu processo de feitura o documentário vai ser construído a partir da  poesia improvisada do cordelista Jorge Calheiros, dos enquadramentos e movimentos de câmeras feitos a partir da maquinaria construída pelo mecânico e cinéfilo Josiel Souza e pela trilha  composta “ao vivo” pelo multi-instrumentista, Hermeto Pascoal.



Apresentação:

O sonho de construir uma máquina que funcione continuamente, sem a necessidade de energia, já tirou o sono de muitos cientistas, visionários e loucos no decorrer dos séculos. E mesmo que as teorias da física provem que a construção do chamado moto-perpétuo é uma realização impossível, ainda hoje há quem se dedique a essa tarefa épica.

No filme Kenoma, da diretora Eliane Caffé, o artesão Lineu, interpretado por José Dumont, é obcecado pela missão de construir a primeira máquina auto-suficiente do mundo, mas sofre com constantes tentativas fracassadas.



A epopeia de Lineu encontra ecos numa história muito real, a de Seu Miguel Vieira da Silva, alagoano de 83 anos que, há 15, também corre em busca do sonho impossível. Morador de Arapiraca, cidade situada no agreste do estado, a 120 km da capital, o aposentado diz que não deixará essa vida antes de ver funcionando a máquina que construiu na oficina improvisada em seu quintal.



Trata-se de uma saga de natureza cinematográfica. O conflito de Seu Miguel dialoga com conceitos da mitologia e da filosofia moderna. No nordeste brasileiro, região cuja dura realidade parece se perpetuar através dos séculos, a construção daquela  máquina de giro infinito possui significados que vão muito além da simples busca por uma invenção lucrativa: remete ao conceito de Eterno Retorno formulado por Friedrich Nietzsche.

Nele o filósofo reflete sobre os ciclos repetitivos da vida ao dizer que estamos sempre “presos a um número limitado de fatos, que se repetiram no passado, ocorrem no presente e se repetirão no futuro”.

Seu Miguel pode até não ter consciência disso, mas carrega consigo arquétipos universais e atemporais. É um grande personagem, esperando para ser filmado.