Alagoas

Secretaria alega que judoca foi excluída por indisciplina após participar de ocupação

Por 7 Segundos 08/11/2016 17h05
Secretaria alega que judoca foi excluída por indisciplina após participar de ocupação
Judoca é excluída de Jogos Escolares - Foto: Reprodução / Vídeo 7 Segundos

Por telefone, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) entrou em contato com o Portal 7 Segundos para esclarecer os motivos da exclusão da judoca de Girau do Ponciano, que foi excluída de participar de uma competição que será realizada no estado da Paraíba, por ocupar escola e ter comportamento indisciplinar, segundo o órgão estadual.

A nota afirma que a atleta teve participação, ao lado de dois outros adolescentes, em tentar forçar a entrada na Escola Estadual Olímpia Tenório, quebrando o cadeado do portão principal.

Segundo a nota, o comportamento da judoca não condiz com a postura de um atleta de artes marciais que é pautada pela disciplina e respeito.

A Secretaria de Estado da Educação afirma, ainda, que a decisão de excluir à atleta foi tomada em consulta ao comitê de desporto da Seduc e se baseou também no artigo 163 do Código Penal Brasileiro que afirma ser crime "danos causados a bens e instalações do patrimônio da União, Estado e Município".

No documento, a Seduc afirma que a exclusão da jovem não é perseguição nem retaliação, mas uma medida disciplinar.

O texto cita ainda o exemplo do nadador norte-americano Michael Phelps, que foi suspenso por duas vezes de competição por conduta imprópria.

A nota exalta os atletas como exemplos para os mais jovens e defende a direção da escola de qualquer acusação no caso.

Veja a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vem a público esclarecer o episódio que culminou n​o desligamento de uma judoca de Girau do Ponciano da delegação que representará Alagoas nos Jogos Escolares da Juventude (JEJ) da Paraíba.

A exclusão foi motivada por comportamento atribuído à jovem, que em foto veiculada nas redes sociais aparece ao lado de outros dois jovens no momento em que ambos estão forçando a entrada na Escola Estadual Olímpia Tenório e quebrando o cadeado da porta principal. Comportamento este que não condiz com a postura de uma atleta, quanto mais de uma praticante de artes marciais, as quais são notoriamente pautadas pela disciplina e respeito.

​Vale ressaltar que a decisão se deu após consulta ao comitê de desporto da Seduc e também à Federação Alagoana de Judô.

O artigo 163 do Código Penal Brasileiro afirma ser crime “danos causados a bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista adquiridos dolosamente”. As imagens veiculadas nas redes sociais mostram que o grupo onde a atleta se encontrava teve tal conduta.

O judô, assim como outros esportes nascidos no Oriente, prima por valores como disciplina, respeito, humildade, valores estes que representam o verdadeiro espírito esportivo. Ações como as registradas nas fotos não condizem com estes ensinamentos que a atleta deve ter recebido de seus mestres.

A exclusão da jovem não é uma perseguição, muito menos uma retaliação, mas uma medida disciplinar, procedimento ao qual todo atleta, profissional ou amador, está submetido. Maior medalhista olímpico dos Estados Unidos, o nadador Michael Phelps foi, por duas vezes, suspenso de competições em virtude de conduta imprópria.

Na época, as atitudes do ídolo norte-americano ocorreram fora do âmbito esportivo, mas, ainda assim, a Federação Americana de Natação entendeu que o mesmo deveria ser suspenso de competições por se tratar de atleta e pessoa pública que é exemplo e referência para os jovens. A punição foi acatada e cumprida pelo nadador, que, posteriormente, declarou-se arrependido de sua atitude.

Atletas são exemplos para os mais jovens e qualquer conduta considerada imprópria pode ter efeitos negativos sob aqueles que têm naquele desportista uma referência. Essa regra vale tanto para os grandes campeões como para alunos atletas.

Quanto à acusação contra a direção da escola, a mesma afirma que sempre foi parceira da jovem, divulgando suas conquistas e permitindo que a mesma saísse mais cedo da unidade de ensino para viajar para Arapiraca para treinar. Logo, não houve qualquer conduta abusiva por parte da direção.