Capital

Calçada ?modelo? é destruída e deficientes da Adefal clamam por acessibilidade

Membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ameaça entrar com ação; empresa se compromete em revitalizar o trecho

Por Anne Caroline Bomfim 08/04/2016 10h10
Calçada ?modelo? é destruída e deficientes da Adefal clamam por acessibilidade
- Foto: Cortesia

Uma calçada “modelo” têm causado diversos transtornos para os deficientes da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal). O que era para ser exemplo de acessibilidade, já não agrada mais. É que um trecho da calçada do Cepa, localizado no bairro do Farol, parte alta de Maceió, foi “destruído” por uma Construtora que realiza serviços de saneamento e esgoto na região.

A ligação tem 400 metros de extensão. A passagem comprometida compreende a Avenida Fernandes Lima e a Rua Clementino do Monte. A calçada era considerada totalmente adequada à acessibilidade porque atendia às exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). [

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CÂMARA

O vereador Luiz Carlos Santana (DEM), membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e ex-presidente da Adefal, ameaça entrar com uma ação junto ao Ministério Público (MP/AL) se o problema não for resolvido nos próximos dias. “Quebraram toda a calçada sem nenhum tipo de autorização. Isso é um absurdo. Todas as pessoas tem o direito de ir e vir. Se um deficiente cair e fraturar uma perna, por exemplo, de quem é a culpa?”, questionou. 

Ainda segundo ele, a elevação gerada pelas obras e a mudança na cor da superfície transitante complica a vida dos deficientes visuais. Na última quinta-feira (07), no plenário da Câmara de Maceió, Santana cobrou medidas urgentes para que a situação seja resolvida tão logo. 

ADEFAL

O presidente da Adefal, João Ferreira, afirma que recebe, todos os dias, diversas reclamações dos membros da associação e espera que a construtora se posicione e adote as medidas cabíveis. “Os deficientes também merecem ser tratados com respeito”, resumiu. 

SMCCU

Em entrevista ao 7 Segundos, Reinaldo Braga, superintendente da SMCCU (Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano), diz estar ciente do caso e que vai cobrar o reparo completo da calçada. “Advertimos a construtora e só vamos liberar o Habite-se depois da recuperação daquele trecho”, ressaltou. 

CONY ENGENHARIA
A Cony Engenharia declarou que a empresa vai realizar os devidos reparos e que respeita os deficientes. Ainda segundo ela, os trabalhos são licenciados pelos órgãos competentes e as melhorias serão feitas paulatinamente nos finais de semana por conta do fluxo intenso de pessoas na região.