Alagoas

Porto Calvo tem a segunda fazenda em Alagoas a exportar soja para o mundo

Por 7 Segundos com Assessoria 10/10/2015 10h10
Porto Calvo tem a segunda fazenda em Alagoas a exportar soja para o mundo
- Foto: Assessoria

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), realizou nesta sexta-feira (09), a partir das 9h, um Dia de Campo para colheita de soja na Fazenda Surubana, no município de Porto Calvo. A área de 40,7 hectares pertence aos empresários Ormindo Uchôa e Sérgio Papine, seu filho, que, na oportunidade, anunciou o marco de ser a segunda propriedade alagoana a comercializar a colheita de soja, de volume ainda não calculado, para fora do Brasil.

Em setembro deste ano, produtores rurais de Alagoas conheceram os primeiros resultados dos estudos realizados pela Seagri, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sobre as variedades mais indicadas para plantio de milho e soja no Estado. Dentro do Programa Estadual de Incentivo à Produção de Grãos, as duas culturas foram apontadas como melhores alternativas para diversificação da produção no contexto da crise do setor sucroenergético.

O superindentende do desenvolvimento de agropecuária da Secretaria de Agricultura e coordenador do Programa Estadual de Incentivo a Produção de Grãos em Alagoas, Ibernon Albuquerque, cita estar se comprometendo com Sérgio Papine e o empresário Alexandre Oiticica, para a partir do ano de 2016 montar uma unidade de pesquisa para milho e soja com a finalidade de gerar tecnologia para a região norte.

Ibernon Albuquerque também explica o porque da escolha dos grãos soja e milho: “O estado de Alagoas importa praticamente toda a soja que consome e mais de 80% do milho, daí surgiu a ideia de fazer a rotação de cultura soja-milho, absorvendo as potencialidades da área”. E acrescenta os benefícios dessa escolha: “A escolha da soja tem aspecto financeiro e ambiental. Isso é devido a necessidade de adubação nitrogenada do solo no plantio de cana-de-açúcar, que é realizada por meio de máquinas que queimam combustível fóssil. Com a produção do grão em áreas mecanizadas, este otimiza a quantidade de nitrogênio para adubar a cana, fixa-o do ar, reduzindo custos e gases responsáveis pelo efeito estufa”. 

Em especial, a questão financeira em Porto Calvo- município situado no norte do estado- vai além da redução de custos com mecanização, mas também pelo beneficio da localização da região que tem precipitação em torno de 1800 a 2000 milímetros, permitindo condições de colheita para duas safras por ano, uma de soja e uma de milho, e produção de soja acima da média nacional. 

“Pela primeira vez, a soja produzida em Alagoas será exportada- mandaremos para a Rússia, e ainda somos agraciados por haver um terminal de cargas próximo, o de Sergipe, porque em nenhum outro lugar do Brasil as plantações da soja ficam tão próximas do porto” disse Ormindo Uchôa.

Sérgio Papine enfatiza que a produção dos grãos não tem como intuito competir com a cana-de-açúcar, mas a renovação do solo, a complementação da colheita e como alternativa para não depender de uma única cultura, evitando mão de obra ociosa e salientou: “Colher duas safras por ano é um avanço e uma esperança para o agronegócio na região norte”. 

Estiveram presentes no Dia de Campo de Porto Calvo o secretário de agricultura do estado, Álvaro Vasconcelos; o secretário de agricultura de Porto Calvo, Orlando Carvalho; representantes da Emater/AL, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, da Mibasa, da Seagri, do Banco do Nordeste, montadoras de equipamentos e implementos agrícolas, fornecedores de adubos e defensivos e produtores de sementes.