Alagoas

TJ mantém júri para quatro acusados de matar fazendeiro Alberto Reyneri

Por 7 Segundos com TJ/AL 30/04/2015 10h10
TJ mantém júri para quatro acusados de matar fazendeiro Alberto Reyneri

Os recursos dos quatro acusados de matar o fazendeiro e advogado Alberto Reyneri Pimentel Canales Ybarra foram negados, à unanimidade de votos, pelos desembargadores integrantes da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Os réus serão levados a júri popular, ainda sem data definida.

O homicídio ocorreu em 16 de agosto de 2012, no município de Palmeira dos Índios (AL). Os réus são o ex-vereador Arnaldo Cavalcante Lima (“Arnaldo do Detran”), o suposto mandante; o policial militar Rogério Ferreira dos Santos (“Cabo Lelo”); Ely Oliveira de Almeida; e Paulo Roberto Xavier de Araújo (“Paulo bala”).

Os três últimos, segundo a acusação, são conhecidos na cidade por executarem crimes de mando. Segundo o depoimento da ex-esposa do acusado Ely Oliveira, ele já teria assassinado mais de 80 pessoas.

Para o desembargador José Carlos Malta, há uma linha de acusação bem definida pelo Ministério Público. “Esses indícios existem e são claros, havendo nos autos todo o desenho da ação criminosa, supostamente realizada por motivo de vingança, após um desentendimento entre um dos corréus e a vítima”

Os advogados de defesa alegaram diversas nulidades quanto a atos do juiz de primeiro grau. “Não ocorreram as nulidade como apontado, tendo sido todas bem analisadas e rejeitadas pelo juiz de Palmeira dos Índios, Ferdinando Scremin Neto”, disse o desembargador relator.

As defesas também pediram a soltura dos réus, já que se encontram presos há mais de dois anos. A Câmara Criminal manteve as prisões levando em conta que duas das principais testemunhas foram colocadas em programa de proteção do Governo Federal e correm risco de vida com a soltura dos réus.

Indícios

Segundo testemunhas, Arnaldo e Reyneri tiveram uma discussão meses antes, em assunto relacionado à política local. Ambos teriam se agredido verbalmente e Reyneri teria dado um soco em Arnaldo.

Relatos apontam que o mandante do crime teria comentado que “só sossegaria” quando matasse o desafeto. Segundo a mãe da vítima, Reyneri chegou a alertar várias pessoas de que se acontecesse algo com ele, o responsável seria o Arnaldo “e seus comparsas”. Reyneri foi executado a tiros dentro de sua propriedade, no povoado Santo Antônio.