Brasil

Eleitor brasileiro está desencantado, diz senador Alvaro Dias

Senador destacou a quantidade de votos em branco e nulos  

08/10/2012 22h10
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou nesta segunda-feira (8) que as eleições realizadas no último domingo demonstraram o desencanto dos eleitores com a política no país. O senador destacou a grande quantidade de votos brancos e nulos e a ausência do eleitor nas urnas, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Não foi aquela festa cívica exuberante, manifestação de alegria de quem elege. Foi a exteriorização do desencanto que campeia no País, em razão de escândalos de corrupção que se sucedem, como consequência de um modelo promíscuo que tem que ser denunciado e destruído no Brasil", afirmou.

Para Alvaro Dias, a eleição foi a “fotografia da falência partidária”. Os partidos, segundo o senador, são apenas siglas para o registro de candidaturas, e as alianças são incoerentes, feitas para ampliar o tempo de propaganda gratuita. O senador criticou a falta de propostas dos partidos que, segundo ele, buscam apenas vencer as eleições, e "a prática de cooptar partidos políticos para dar a quem governa o conforto de ter o apoio da maioria". "As obras de infraestrutura são paralisadas e, quando realizadas, são superfaturadas, porque esse sistema, que é adotado a pretexto de se garantir governabilidade, abre portas para a corrupção", completa.

O senador classificou o julgamento do mensalão do Supremo Tribunal Federal (STF) como um momento crucial na vida brasileira e afirmou que é preciso combater as práticas que estão sendo condenadas pela justiça. Para ele, um retrato da banalização da corrupção foi a afirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o povo brasileiro está mais preocupado com o futebol do que com o mensalão.

O senador afirmou que o povo brasileiro precisa abrir os olhos e não merece ter que esperar que a história julgue os governantes, o que ocorre sempre tardiamente. Para isso, defendeu a realização de reformas, que dependem, na sua opinião, da vontade do Poder Executivo. "Sem interesse da Presidência da República, não há reforma de profundidade que possa ocorrer no País e, por isso, ela não ocorre", finaliza.

Fonte: Agência Senado