Alagoas

Sistema prisional investe em ressocialização

  Convênios permitem aos reeducandos reencontrar o mercado de trabalho 

Por Assessoria 17/04/2012 20h08
 Sistema prisional investe em ressocialização
150 reeducandos estão no mercado de trabalho
O Suplemento do Diário Oficial inicia nesta quarta-feira (18) uma série de matérias, enfocando o trabalho de ressocialização desenvolvido pelo sistema penitenciário alagoano para reinserção de 3.813 reeducandos sob a tutela do Estado.

Com o trabalho, eles têm a oportunidade de dar a volta por cima e ajudar  seus familiares a tocar a vida do lado de fora da penitenciária, seja por meio dos vários cursos ofertados dentro do sistema ou dos programas sociais disponíveis.

Convênios firmados pelo Governo de Alagoas desde 2010, através da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap), com empresas públicas ou privadas, viabilizam o sonho da recolocação no mercado de trabalho.

É assim que cerca de 150 reeducandos que estão em regime semiaberto no sistema prisional alagoano vêm retomando o caminho da cidadania e já estão no mercado de trabalho.

A informação é da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap), que tem proporcionado aos custodiados do regime aberto, semiaberto e até do regime fechado o apoio necessário à ressocialização.

A reinserção dos custodiados tem sido possível graças à variada oferta de  cursos oferecidos dentro do próprio sistema prisional, onde os reeducandos  encontram oportunidades de aprender uma profissão, dando início a uma nova vida.

O sistema penitenciário alagoano oferece cursos de serigrafia, serralheria, corte e costura, padaria, tornearia em madeira, decupagem, marchetaria, marcenaria, artesanato, apicultura e agricultura, entre outros.

Empresas apostam no projeto 

De acordo com a diretora de Educação, Produção e Laborterapia da Sgap, Cinthya Moreno, em menos de um ano, já foram firmados convênios com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) e Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas (Casal), além de instituições privadas, como as empresas Pré-Moldados Empresarial Alagoas e Pratense Química – essas duas últimas instaladas no Núcleo Industrial BR-104, dentro do próprio complexo penitenciário de Maceió, justamente para atender aos reeducandos do regime  fechado. 

“Tanto a fábrica de pré-moldados como a empresa química são destinadas aos reeducandos do sistema fechado, uma iniciativa inédita no Estado, uma vez que antes só eram destinadas vagas para os custodiados do aberto ou do semiaberto”, informa Cinthya Moreno.    

Somente na fábrica de pré-moldados, 27 detentos do regime fechado estão trabalhando regularmente. 

Salário e cidadania

A recolocação no mercado de trabalho  dos reeducandos do sistema aberto e semiaberto, foi possível graças aos convênios firmados com empresas do serviço público, como o Departamento Estadual de Estadas de Rodagem (DER). Foi lá que 10 reeducandos egressos do sistema prisional conquistaram a chance de reencontrar o trabalho. 

É o caso de Marinalva Maria, 34 anos, que foi selecionada para a função de serviços gerais, capinagem e limpeza no órgão. Ela e nove colegas de ofício estão todos os dias, de segunda a sexta, no batente, com direito a mínimo e  vale-transporte para a locomoção até o emprego. 

Ela diz que foram os cursos feitos no sistema penitenciário que viabilizaram sua reinserção no mercado de trabalho. “Tudo o que eu faço hoje no meu emprego eu consegui através da oportunidade que tive nos cursos que fiz lá no Sgap”, atesta Marinalva, que já está no regime aberto depois do ótimo comportamento dentro do sistema. 

Os representantes do órgão também declaram estar satisfeitos com o trabalho desenvolvido pelos reeducandos. “O DER ganhou muito com a chegada desses trabalhadores, que são muito bons no que fazem. E o mais importante: é bom ver essa gente feliz com a nova vida, graças ao trabalho”, atesta o gestor da Divisão de Licitações do DER, atesta Luiz Pereira.