Brasil

Ouvintes alagoanos participam de um filme sobre música brega

Document&aacute;rio &quot;Vou Rifar Meu Cora&ccedil;&atilde;o&quot; &eacute; destaque em evento internacional<br />

Por Assessoria 28/10/2011 18h06
A 35ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo resolveu revelar as curiosidades e histórias da Música Brega Brasileira. Entre os entrevistados pelo documentário está o mais famoso colecionador de calcinhas da música nacional, Wando, entre outros nomes do estilo musical e centenas de fãs, notadamente os ouvintes de rádio no interior do Nordeste do Brasil. Em Arapiraca foram entrevistados, entre outras pessoas, o radialista Alves Correia e o cantor Cheiroso, um amante do Brega. 

O longa realiza uma analogia entre os temas recorrentes das canções consideradas brega e a vida pessoal dos ouvintes. O cantor e compositor Odair José, que já pediu para a mulher parar de tomar a pílula, numa canção, é autor de vários sucessos com refrãos polêmicos e resume o que torna essas canções tão universais. "O que o pedreiro sente é o mesmo que o médico sente. A diferença é que o pedreiro vai chorar numa casa de merda e o médico, num apartamento de frente para o mar", declara o artista.

A produção ouviu pessoas no interior de Alagoas, Sergipe e na capital pernambucana, Recife. A diretora, Ana Rieper, que nasceu no Rio de Janeiro, disse que a ideia surgiu quando morava em Aracaju, entre 1998 e 2002. Inicialmente o título do documentário era O Amor É Brega. Depois de quase dez anos de pesquisa, Ana resolveu batizá-lo com o nome de uma canção de Lindomar Castilho: Vou Rifar Meu Coração.

De maneira inteligente, o longa costura temas diversos que são cantados pelos artistas e vividos pelo público. Ciúme, traição, prostituição, bigamia. "Todas as músicas que gravei tinham um pouco da minha vida, da minha cama. Eu sempre fui e continuo sendo um aventureiro", conta o cantor Agnaldo Timóteo. Ele disse ainda que não entende por que algumas músicas são simplesmente taxadas de brega. "Quando o Nelson Gonçalves gravou Negue era brega. Aí a Maria Bethânia gravou e virou luxo", indaga Timóteo.

Segundo a assessoria de comunicação o evento segue até o dia 3 de novembro, em São Paulo. Serão duas semanas onde os amantes do cinema vão acompanhar cerca de 250 títulos dos mais variados países e cinematografias, que são exibidos em 22 salas, entre cinemas, museus e centros culturais espalhados pela capital paulista. A seleção é um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo e quais as tendências, temáticas, narrativas e estéticas estão predominando ao redor do mundo.