Outros Esportes

Violência no Rio de Janeiro assusta atletas e Torben Grael é a nova vitima

Por Claudio Barbosa com G 1 23/06/2016 11h11

Endereço valorizado de Niterói e onde se concentra boa parte dos clubes de vela da cidade, a Estrada Leopoldo Fróes, que liga os bairros de Icaraí e São Francisco, foi palco de um tiroteio entre policiais e traficantes de uma favela próxima na manhã da última terça-feira. Na troca de tiros, um deles acertou o portão da casa de Torben Grael, coordenador técnico da equipe brasileira de vela, e dos filhos Martine e Marco, que fazem parte do time olímpico. O bicampeão olímpico não estava em casa quando o confronto aconteceu. No mês passado, outro tiroteio assustou moradores da região e equipes estrangeiras de vela que treinam nos clubes dali.

Outros casos

Torben é mais um a sofrer com os problemas pelos quais atletas da vela, expostos à poluição da Baía de Guanabara e à violência, vêm passando no Rio de Janeiro - o caso mais recente foi a da australiana campeã paralímpica Liesl Tesch, no último fim de semana. A calamidade pública decretada pelo Estado do Rio na última sexta-feira preocupa não só pelo fato de o nível de governo ser o responsável pela limpeza do local de competição da vela, mas por ter acontecido antes dos Jogos. O que vale uma comparação com os Jogos de Atenas 2004, estopim da crise grega.  

Opinião

Para o bicampeão olímpico Torben Grael, o combate à violência é dificultado não só pela falta de investimento na segurança, mas também pelo posicionamento da opinião pública.

- A questão da violência ela vai um pouco além só de polícia e governo do estado. A opinião pública e a mídia tendem a condenar certas ações e muito pouco certos crimes. A polícia tem um trabalho dificílimo. Tem um equipamento inferior, a inteligência poderia ser muito melhor e a dificuldade com a mídia e opinião pública. Qualquer coisa jogam pedra na polícia, não no bandido. Prender um bandido e se arriscar, e no dia seguinte ele está na rua. Nossa Justiça não funciona. É sabido onde tem problemas. Estamos em um ponto em que ninguém vai mexer com os caras. Até onde isso vai eu não sei, concluiu.