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Bloqueio de substância cerebral parecida com a maconha faz emagrecer

Pesquisadores da Universidade da Calif&oacute;rnia testaram mecanismo em ratos<br />

Por Portal IG 09/03/2012 19h07
Bloqueio de substância cerebral parecida com a maconha faz emagrecer
Um composto químico presente no cérebro de todos os mamíferos, e que é quimicamente parecido com a maconha, parece ser a nova arma contra a obesidade. Pesquisadores descobriram que ao “bloquear” o neurotransmissor 2-AG em ratos, eles passaram a queimar gordura de maneira muito mais eficiente. O próximo passo da equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia é criar medicamentos que diminuam os níveis de 2-AG no cérebro.

No estudo, a equipe de Daniele Piomielli modificou neurônios nos ratos para que a produção de 2-AG fosse limitada em 50%. Os ratos modificados permaneceram magros porque seu tecido adiposo marrom - responsável por manter o calor corporal - ficou hiperativo, conservando calor de modo muito mais rápido que em ratos normais.

“Nós não entendemos completamente como isso aconteceu, mas parece que a gordura marrom se torna hiperativa e responde mais aos estímulos que causam a queima de gordura. Note que os ratos modificados tinham níveis normais de 2-AG em gordura marrom. Nós alteramos apenas o 2-AG no cérebro e, no entanto, observamos um efeito profundo sobre a gordura marrom, o que mostra a importância do cérebro no controle do metabolismo energético”, disse.

Piomielli explica que a maconha contém o THC que, combinado com proteínas nos neurônios chamadas de receptores de canabinóides, produzem os efeitos alucinógenos da droga. “O 2-AG também se liga aos receptores de canabinóide e, se fossse ministrado ao organismo, funcionaria como a maconha. Porém, embora os neurônios produzam o 2-AG , eles o fazem na medida certa, no local e no tempo correto. Portanto o nosso 2-AG não causa ‘barato’, mas gera funções fisiológicas como a descrita no estudo”, disse.

Agora os pesquisadores querem desenvolver novas drogas que diminuam os níveis de 2-AG no cérebro e consequentemente estimulem o metabolismo. Porém, Piomelli adverte que ainda é preciso estudar os potenciais efeitos negativos deste mecanismo.